Natação: 7 brasileiros se classificam às finais da Paralimpíada

Um dos tradicionais carros-chefe do Brasil no quesito medalhas paralímpicas, a natação estreou bem nas piscinas de Paris esta quinta-feira (29). Após as provas eliminatórias, realizadas pela manhã na Arena La Defense, o país chega com sete atletas para as finais, que começam a partir de 12h30 (horário de Brasília). O destaque do dia é Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que chega cotado para o ouro nos 100 metros costas classe S2 (atletas com grande limitação físico-motora).

Gabrielzinho, de 22 anos, fez o melhor tempo entre os oito classificados à final (1min59s54). Ele é o atual campeão mundial da prova e conquistou a prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A medalha estará em jogo a partir das 13h.

Pelo menos outros dois atletas do Brasil chegam bem cotados para disputar o pódio. Às 13h36, Gabriel Bandeira cairá na água para defender o título paralímpico conquistado em Tóquio nos 100 metros borboleta S14 (atletas com deficiência intelectual). No Japão, ele registrou o atual recorde paralímpico da prova, com 54s76, mas também é o atual detentor do recorde mundial, com 54s18. Em Paris, ele nadou para o quarto melhor tempo entre os finalistas (56s06).

Às 14h41, será a vez de Phelipe Rodrigues nos 50 metros livre classe S10 (atletas com deficiência física de baixo comprometimento). Ele chega à final com o terceiro melhor tempo (23s78) em uma prova em que tem duas pratas (Pequim 2008 e Rio 2016) e um bronze (Tóquio 2020) em Jogos Paralímpicos.

No entanto, o cardápio brasileiro nas finais paralímpicas de Paris começará mais cedo, às 12h30, com Andrey Madeira nos 400 metros livre S9 (atletas com baixa limitação físico-motora). Ele fez o oitavo tempo entre os oito finalistas.

Às 12h50, José Ronaldo nada os 100 metros costas S1 (atletas com grande limitação físico-motora), única prova em que não houve eliminatória.

Mais tarde, às 14h19, o Brasil será representado por Mayara Petzold nos 50 metros livre classe S6 (altetas com grande limitação fisico-motora), com o sexto melhor tempo nas eliminatórias.

Por fim, às 14h47, Mariana Gesteira será a última brasileira a disputar medalha na natação nesta quinta-feira. Ela fez o sétimo melhor tempo nas eliminatórias dos 50 metros livre S10 (atletas com baixa limitação físico-motora). Nesta prova, o destaque ficou com a americana Christie Raleigh-Crossley, que registrou o novo recorde mundial e paralímpico na classificatória, com o tempo de 27s28.

Outros cinco nadadores brasileiros não conseguiram avançar às finais.

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Ministro do STJ diz que autismo é ‘problema’ e que clínicas são ‘passeios’

Na última sexta-feira, 22, durante um evento em São Paulo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha, fez declarações polêmicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saldanha afirmou que o autismo é um “problema” e que as clínicas especializadas em tratamento promovem “passeios na floresta” para as crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa,” disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde. Essa comparação gerou forte reação entre os presentes e na comunidade autista.
 
A advogada Aline Plentz, que coordena um grupo que luta pelos direitos de pessoas autistas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jabaquara (SP), se sentiu ofendida pelas palavras do ministro. “Eu, como mãe de um autista, me senti totalmente ofendida. Não é uma tristeza ter uma pessoa com deficiência na família. Tristeza é ter um ministro nos representando e ter uma fala tão infeliz como esta,” destacou.
A promotora de Justiça do Amapá, Fábia Nilci Santana de Souza, também criticou as declarações de Saldanha. “Foi muito infeliz a fala, quando ele mencionou que, aos pais, era muito cômodo encaminhar os filhos para uma clínica, para ficarem 6 ou 8 horas. Eu tenho um filho autista de 17 anos, ele sofre por isso, a família sofre. E não existe a família ficar feliz quando tem um filho com transtorno que sofre discriminação, sofre exclusão,” disse.

Crítica à Lei Romário

Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Saldanha criticou a Lei Romário, que instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde possam solicitar a cobertura de procedimentos não incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Essa Lei 14.454, chamada de Lei Romário, porque o senador Romário foi indicado como relator. Não por acaso, mas ele tem um filho com problemas de cognição, uma filha, não sei bem… É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento],” explicou.
Saldanha também afirmou que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
 
O autismo, segundo o Ministério da Saúde, é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. As características incluem dificuldade de comunicação, socialização e comportamento limitado e repetitivo. Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

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