A influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra passou a noite em uma cela reservada na Colônia Penal Feminina, na Zona Oeste do Recife, após ser presa preventivamente na manhã desta quinta-feira (5). A Justiça negou o habeas corpus apresentado pela defesa de Deolane, que deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira.
Em nota, a Secretaria de Ressocialização de Pernambuco informou que, por conta da repercussão do caso, foram tomadas medidas de segurança dentro da penitenciária afim de garantir a integridade física de Deolane. Ela e a mãe, também presa durante a operação, estão em cela reservada.
No pedido de habeas corpus, a defesa alegou ilegalidade da prisão preventiva. No entanto, o desembargados Cláudio Jean Nogueira Virgínio, da 12ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou a redistribuição do pedido para que o desembargador Eduardo Maranhão, da 4ª Câmara, para que ele faça a análise.
Prisão
A prisão de Deolane Bezerra faz parte de uma operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar online. A ação, batizada de “Integration”, cumpriu mandados em seis estados: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco e São Paulo.
A investigação teve início há cerca de seis meses. As autoridades apuram a participação de Deolane Bezerra e de outros influenciadores digitais em um esquema criminoso que movimentou milhões de reais. Segundo a polícia, o grupo utilizava empresas de fachada e contas bancárias de terceiros para ocultar a origem ilícita dos recursos provenientes da exploração de jogos de azar online.
Segundo o Ministério da Justiça, a operação movimentou cerca de R$ 3 bilhões usando empresas de eventos e casas de câmbio para lavar dinheiro de jogos ilegais. Os valores foram movimentados de janeiro de 2019 a maio de 2023 em contas correntes, em aplicações financeiras e dinheiro em espécie, provenientes dos jogos ilegais.
Os investigadores identificaram transações atípicas de pessoas físicas e jurídicas, que indicavam índices de crimes financeiros, sem nenhum suporte para as transações comerciais e financeiras feita pelo grupo.
Durante a operação, também foram sequestrados bens de luxo dos investigados. Entre eles estão: 11 relógios da marca ‘Rolex’, um avião que pertence ao cantor Gusttavo Lima, embarcações, bolsas de luxo, carros de luxo e garrafas de vinho.