Ataques de Israel no Líbano podem ter feito nova vítima brasileira

Os recentes bombardeios israelenses no Líbano contra o Hezbollah resultaram em novas vítimas brasileiras, intensificando a crise no Oriente Médio. Familiares de uma adolescente de 16 anos, Mirna Raef Nasser, denunciaram sua morte em entrevistas à imprensa. Mirna, que nasceu em Balneário Camboriú mas vivia no Líbano com sua família, voltou à sua residência para buscar material escolar e roupas após uma fuga da área sob ataque, onde também morreu seu pai, Raef Hussein Nasser.

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) ainda não confirmou oficialmente as mortes, mas está avaliando a demanda de auxílio para a retirada de brasileiros do Líbano. Na quarta-feira, 25, um adolescente de 15 anos, Ali Kamal Abdallah, também morreu após uma série de bombardeios de tropas israelenses no Vale do Beqaa, a 30 quilômetros de Beirute. Seu pai, paraguaio, também faleceu nas explosões. A embaixada do Brasil no Líbano presta assistência à família.

O conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano tem causado um grande número de vítimas civis. Na segunda-feira, 23, o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano e no Vale do Beqaa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva de imprensa após a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, repudiou o conflito, destacando o alto número de mortos, incluindo mulheres e crianças, e a grande quantidade de pessoas feridas e deslocadas.

Israel e o grupo Hezbollah têm trocado ataques através da fronteira desde o início da atual guerra em Gaza no ano passado, detonada após um ataque do Hamas, aliado do Hezbollah. Israel intensificou sua campanha militar na última semana, resultando em uma escalada da violência na região.

A embaixada do Brasil em Beirute continua prestando assistência e fornecendo orientações à comunidade brasileira, mantendo contato permanente. Em caso de necessidade, recomenda-se entrar em contato com o plantão consular do Itamaraty por meio do número +55 (61) 98260-0610 (WhatsApp).

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

MP do TCU pede suspensão de salários de Bolsonaro e outros militares

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu na última sexta-feira, 22, a suspensão do pagamento dos salários de 25 militares ativos e da reserva do Exército que foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado.
 
Entre os militares citados, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, um capitão reformado que recebe um salário bruto de R$ 12,3 mil, o general da reserva Augusto Heleno, com um salário de R$ 36,5 mil brutos, o tenente-coronel Mauro Cid, que ganha R$ 27 mil, e o general da reserva Braga Netto, com um salário de R$ 35,2 mil.
 
Lucas Furtado argumentou que o custo dos salários desses militares é de R$ 8,8 milhões por ano. “A se permitir essa situação – a continuidade do pagamento da remuneração a esses indivíduos – o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio Estado para instaurar uma ditadura”, afirmou o subprocurador.
 
Além da suspensão dos salários, Furtado também pediu o bloqueio de bens no montante de R$ 56 milhões de todos os 37 indiciados pela PF. Essa medida visa cobrir os prejuízos causados pelos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, que totalizam R$ 56 milhões, conforme estimado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
 
“Por haver esse evidente desdobramento causal entre a trama golpista engendrada pelos 37 indiciados e os prejuízos aos cofres públicos decorrentes dos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, considero que a medida cautelar também deve abranger a indisponibilidade de bens”, completou Furtado.
 
O pedido inclui ainda a extensão da medida de suspensão de qualquer pagamento remuneratório aos outros indiciados que recebam verba dos cofres públicos federais, incluindo do Fundo Partidário. O processo para avaliar a suspensão dos salários ainda não foi aberto pelo TCU.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp