Irã lança ataque de mísseis contra Israel, aumentando tensões no Oriente Médio

Na terça-feira, 1º de outubro, as tensões entre Israel e o Irã atingiram novos patamares quando o Irã lançou mísseis em direção ao território israelense, conforme relatos das Forças de Defesa de Israel (FDI). Sirenes de alerta aéreo foram ouvidas em Tel Aviv e outras regiões de Israel, enquanto as autoridades israelenses confirmavam o ataque. A cidade de Tel Aviv também foi palco de um ataque a tiros simultâneo, deixando várias vítimas perto de uma estação de trem leve no bairro de Jaffa.

O ataque de mísseis ocorre em um contexto de crescente hostilidade entre os dois países. Oficiais israelenses indicaram que o Irã havia preparado uma ofensiva contra três bases militares e uma sede de inteligência em Israel, que foi evacuada previamente. O lançamento de mísseis balísticos pode atingir os alvos em cerca de 12 minutos, e as forças israelenses, com apoio dos Estados Unidos, estão em alerta máximo para lidar com a ameaça.

Washington reiterou seu apoio à defesa israelense, e ativos militares americanos, como destróieres no Mar Mediterrâneo e aviões de combate, já estão posicionados para intervir, se necessário. A Embaixada dos EUA em Israel emitiu um alerta para que seus funcionários permaneçam preparados para buscar abrigo em caso de novos ataques.

Esse incidente intensifica a já tensa situação na fronteira norte de Israel, onde o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem lançado ataques quase diários desde o ataque do Hamas no início de outubro. Mais de 60 mil israelenses foram deslocados dessa região. O confronto entre Israel e as forças iranianas e seus aliados, como o Hezbollah, segue o histórico de hostilidades entre os dois países, que já se enfrentaram indiretamente em várias ocasiões nos últimos anos.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou sobre os desafios crescentes enfrentados pelo país e pediu que os cidadãos sigam as orientações de segurança do Exército israelense. O temor de uma guerra total entre Israel e o Irã aumenta, e o risco de um confronto direto entre essas potências regionais parece mais iminente do que nunca.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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