STF suspende condenação de cientistas que desmentiram fake news sobre diabetes

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a condenação imposta pela Justiça de São Paulo a duas cientistas que desmentiram informações falsas sobre as causas da diabetes. A decisão foi proferida no dia 30 de setembro e beneficia a bióloga Ana Bonassa e a farmacêutica Laura Marise de Freitas, que haviam sido condenadas a pagar R$ 1 mil em danos morais após contestarem um vídeo de um nutricionista que afirmava que a doença era causada por vermes.

A condenação foi resultado de uma ação do nutricionista, que alegou uso indevido de sua imagem e causou “vergonha e tristeza”. Além do pagamento da indenização, a Justiça havia determinado a exclusão do vídeo do canal “Nunca vi 1 cientista”, onde as cientistas publicaram o desmentido. Caso a ordem não fosse cumprida, uma multa de R$ 100 por dia poderia ser aplicada, limitada a R$ 1 mil.

Ao analisar o recurso, Toffoli argumentou que as declarações de Ana e Laura estavam fundamentadas em dados científicos e constituíam uma manifestação legítima do pensamento crítico. “A desinformação do nutricionista, além de ser errônea, tinha o intuito de comercializar um produto chamado ‘protocolo de desparasitação’, e, portanto, deve ser denunciada”, escreveu o ministro.

Com a decisão, a suspensão da retirada dos vídeos e a exigibilidade de multas foram garantidas. Em suas redes sociais, as cientistas celebraram a vitória, destacando que a luta ainda não terminou: “Estamos aqui para fazer barulho em defesa da nossa profissão e combater a desinformação. Não vamos nos calar”, afirmaram. Essa decisão é considerada um marco para a liberdade de divulgação científica e um avanço na luta contra a desinformação.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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