Furacão Milton deixa ao menos 10 mortos na Flórida e causa estragos generalizados

A passagem do furacão Milton pela Flórida, que começou na noite de quarta-feira, 9, deixou ao menos 10 mortos e causou destruição significativa no estado. O fenômeno, considerado um dos mais intensos dos últimos tempos, atingiu o solo da Flórida com ventos de até 205 km/h, antes de enfraquecer ao longo da madrugada.

De acordo com autoridades locais, o condado de Volusia registrou três mortes confirmadas, incluindo uma pessoa que faleceu após a queda de uma árvore. O condado de St. Lucie também reportou mortes, incluindo duas ocorridas em uma comunidade de aposentados na cidade de Fort Pierce, onde tornados associados à tempestade destruíram casas. No total, mais de 100 casas foram danificadas ou destruídas em toda a região.

Estragos e alertas

Mais de 3 milhões de imóveis estão sem energia e ruas foram inundadas em várias partes do estado. Além disso, o furacão provocou 116 alertas de tornado, dos quais 19 foram confirmados. Centros de evacuação estão lotados, abrigando milhares de pessoas e até 1.700 animais de estimação.

O governador Ron DeSantis e o presidente Joe Biden pediram que a população permaneça em abrigos até que seja seguro sair. Equipes de resgate foram mobilizadas para atuar assim que as condições permitirem.

Impactos econômicos e recuperação

Analistas preveem que os danos causados pelo furacão Milton podem chegar a US$ 100 bilhões, afetando estradas, residências e a infraestrutura da Flórida. Aeroportos em cidades como Tampa e Orlando foram fechados, assim como parques temáticos.

O furacão já seguiu em direção ao Oceano Atlântico, onde deve perder força e ser rebaixado para uma tormenta tropical. As autoridades continuam alertando para o risco de inundações e novos tornados, enquanto a Flórida tenta se recuperar dos estragos causados por Milton e outros fenômenos recentes.

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Ministro do STJ diz que autismo é ‘problema’ e que clínicas são ‘passeios’

Na última sexta-feira, 22, durante um evento em São Paulo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha, fez declarações polêmicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saldanha afirmou que o autismo é um “problema” e que as clínicas especializadas em tratamento promovem “passeios na floresta” para as crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa,” disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde. Essa comparação gerou forte reação entre os presentes e na comunidade autista.
 
A advogada Aline Plentz, que coordena um grupo que luta pelos direitos de pessoas autistas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jabaquara (SP), se sentiu ofendida pelas palavras do ministro. “Eu, como mãe de um autista, me senti totalmente ofendida. Não é uma tristeza ter uma pessoa com deficiência na família. Tristeza é ter um ministro nos representando e ter uma fala tão infeliz como esta,” destacou.
A promotora de Justiça do Amapá, Fábia Nilci Santana de Souza, também criticou as declarações de Saldanha. “Foi muito infeliz a fala, quando ele mencionou que, aos pais, era muito cômodo encaminhar os filhos para uma clínica, para ficarem 6 ou 8 horas. Eu tenho um filho autista de 17 anos, ele sofre por isso, a família sofre. E não existe a família ficar feliz quando tem um filho com transtorno que sofre discriminação, sofre exclusão,” disse.

Crítica à Lei Romário

Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Saldanha criticou a Lei Romário, que instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde possam solicitar a cobertura de procedimentos não incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Essa Lei 14.454, chamada de Lei Romário, porque o senador Romário foi indicado como relator. Não por acaso, mas ele tem um filho com problemas de cognição, uma filha, não sei bem… É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento],” explicou.
Saldanha também afirmou que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
 
O autismo, segundo o Ministério da Saúde, é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. As características incluem dificuldade de comunicação, socialização e comportamento limitado e repetitivo. Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

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