Abenutri reprova 18 marcas de creatina em novo estudo

A Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) divulgou nesta quinta-feira, 10,  um novo laudo que aponta a reprovação de 18 marcas de creatina comercializadas no Brasil. O estudo, que analisou 88 produtos, constatou uma redução de 28% na quantidade de produtos reprovados em comparação ao ano anterior, com 77% das amostras aprovadas nesta edição. Contudo, ainda há preocupações sobre a qualidade de muitas das marcas testadas.

Das marcas reprovadas, 10 delas, fabricadas por quatro empresas diferentes, apresentaram 100% de variação na concentração de creatina em relação ao informado no rótulo, ou seja, não continham creatina alguma no produto. Entre essas marcas estão AGE – Creatina Monohidratada, Cellucor – Creatina, e Muscle Pharm – Creatina. Outras 8 marcas apresentaram variações entre 21% e 99%, também excedendo os limites permitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tolera uma variação de até 20%.

Eduardo Rauen, médico nutrólogo e diretor técnico do Instituto Rauen, explica que a creatina é um dos suplementos mais utilizados devido aos seus benefícios no aumento da força e massa muscular. Porém, ele alerta para os riscos de consumo de produtos com concentração abaixo do prometido: “Se a dose utilizada for insuficiente, o consumidor pode não obter os benefícios esperados, o que pode impactar especialmente atletas de alta performance.”

Além disso, Rauen destaca o risco de contaminação em suplementos de baixa qualidade, o que pode prejudicar atletas que estão sujeitos a testes antidoping.

Por outro lado, o estudo também mostrou um avanço positivo: 21% das marcas que foram reprovadas em 2023 conseguiram aprovação em 2024, após ajustes em suas formulações. Algumas das marcas aprovadas com variações dentro dos limites permitidos incluem Absolut Nutrition – Creatina 100% Pure, Optimum Nutrition – Micronized Creatine e FTW – Creatina Monohidratada.

O estudo da Abenutri reforça a importância de escolher suplementos de qualidade, sobretudo para atletas e pessoas que fazem uso contínuo de creatina para ganho de massa muscular. A lista completa das marcas analisadas e seus respectivos resultados pode ser acessada no site da associação.

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Hetrin alerta sobre riscos do uso de suplementos vitamínicos sem orientação

A rotina agitada muitas vezes impede refeições equilibradas e hábitos saudáveis, resultando em fraqueza e cansaço. Com a ingestão reduzida de legumes, frutas e verduras, muitos recorrem a suplementos vitamínicos, sem orientação, o que pode trazer riscos à saúde.

Médica do pronto-socorro do Hetrin (Hospital Estadual de Trindade Walda Ferreira dos Santos), Natália Sardinha alerta sobre os riscos de usar suplementos vitamínicos sem orientação médica, o que pode trazer sérios riscos à saúde.

“A suplementação deve ser considerada apenas quando há uma deficiência diagnosticada, sendo essencial que o médico avalie os sintomas do paciente e, se necessário, solicite exames para confirmar a necessidade de reposição”, orienta a médica da unidade de saúde do Governo de Goiás.

Ela ressalta que, em muitos casos, uma dieta balanceada é suficiente para fornecer os nutrientes essenciais sem a necessidade de suplementação adicional.

Para os idosos, porém, a médica observa que as mudanças fisiológicas, associadas ao envelhecimento, como a alteração do olfato e paladar, podem afetar a alimentação.

“A idade avançada pode aumentar a necessidade de proteínas, reduzir a biodisponibilidade da vitamina D e diminuir a absorção de nutrientes como a vitamina B6, fatores que tornam a avaliação nutricional ainda mais importante”, explica a médica.

Suplementos vitamínicos

O alerta aponta que o uso de vitaminas, sem acompanhamento profissional, pode ser prejudicial.

“O uso excessivo de vitaminas pode, por exemplo, levar à intoxicação, além de afetar órgãos como os rins e o fígado”, pontua Dra. Natália.

Outro ponto preocupante são as recomendações não verificadas nas redes sociais com promessas de benefícios como rejuvenescimento, fortalecimento de cabelo, imunidade e disposição.

“Seguir essas indicações pode levar ao consumo desnecessário de vitaminas, sobrecarregando o organismo”, adverte a médica, reforçando a importância de consultar sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tipo de suplementação, garantindo segurança e eficácia no tratamento.

 

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