MP investiga “casamento de milhões” da filha de prefeito de Manaus

Uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) tem gerado grande controvérsia em torno do casamento da filha do prefeito de Manaus, David Antônio Abisai Pereira de Almeida. O evento, realizado em janeiro de 2022 em São Miguel dos Milagres, Alagoas, é alvo de denúncias por suposto uso indevido de recursos públicos. 
 
A investigação foi motivada por uma denúncia anônima recebida pelo MPAM, sugerindo que os custos exorbitantes do casamento da filha do prefeito, Fernanda Aryel Rodrigues de Almeida, podem ter sido cobertos com dinheiro público. O casamento, que teve custos superiores a R$ 1,5 milhão, incluiu luxos como um vestido de alta costura da estilista Lethicia Bronstein e sapatos adornados com cristais Swarovski, além de uma apresentação da banda Falamansa, que cobra cerca de R$ 340 mil por uma hora e quinze minutos de show.
 
O casamento em São Miguel dos Milagres foi descrito como um espetáculo de ostentação, inspirado no casamento do youtuber Whindersson Nunes e da cantora Luísa Sonza. A cerimônia ocorreu em uma capela iluminada pelo sol e foi seguida de uma festa com várias atrações de peso. Além da banda Falamansa, o evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo secretários municipais e o então vice-governador do estado, Tadeu de Souza. Essa presença de autoridades levantou suspeitas sobre o uso indevido do cargo e dos recursos públicos.
David Almeida, prefeito de Manaus e candidato à reeleição, se manifestou publicamente sobre as alegações, expressando indignação com a investigação. Ele afirmou que o casamento da filha foi custeado com recursos próprios do genro, que é empresário, e negou veementemente o uso de dinheiro público. Almeida também mencionou que um casamento mais modesto foi realizado em Manaus, o que, segundo ele, foi o verdadeiro evento, e não uma fachada para ocultar os gastos reais do casamento em Alagoas.
A investigação ocorre em um momento crítico para David Almeida, que está disputando o segundo turno das eleições para a prefeitura de Manaus. As denúncias de improbidade administrativa podem influenciar a percepção dos eleitores sobre a gestão e a integridade do prefeito. Segundo uma pesquisa recente, Almeida está tecnicamente empatado com o deputado federal Capitão Alberto Neto, o que torna a transparência e a credibilidade ainda mais cruciais neste momento eleitoral.
 
O MPAM busca entender os fatos e determinar a veracidade das alegações de uso indevido de recursos públicos. A investigação enfoca a responsabilidade do gestor público em relação à transparência e ao uso adequado dos recursos do Estado. O requerente da denúncia argumenta que a administração municipal deve prestar contas à população sobre a destinação dos recursos públicos e não pode usá-los para interesses pessoais.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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