O deputado federal e candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides, foi denunciado pela Polícia Civil de Goiás pelos crimes de lesão corporal, injuria e constrangimento ilegal contra a professora Keilly Magila Gonçalves Assis Moura.
Os fatos foram presenciados por funcionários da faculdade e por dois conhecidos da vítima. A Polícia Militar foi chamada até o local, mas o boletim de ocorrência foi registrado pela própria vítima no 2 Distrito Policial de Aparecida de Goiânia e Keilly Magila foi submetida a exame no Instituto Médico Legal (IML), que por laudo confirmou as agressões físicas sofridas.
Seis meses após as agressões, em 18 de agosto de 2011, Alcides Ribeiro Filho compareceu em audiência preliminar representado por uma advogada de defesa e fez um acordo de transação penal com o Ministério Público. Para se livrar de uma ação penal e possível detenção, Professor Alcides pagou multa de apenas R$ 500,00 (quinhetos reais) para a Casa de Amparo e Reabilitação Feminina – Igreja Cristã Evangélica Avivamento de Goiânia.
O valor é menor que o salário-mínimo vigente à época dos fatos. Alcides que já era considerado rico e poderoso pagou o equivalente a R$ 16 por dia em apenas um mês como punição por ter agredido fisicamente e verbalmente uma mulher e cliente da Unifan.
“Você vai sair daqui nem que seja a puta que te pariu, sua piranha, safada, rapariga”, disse Alcides para outra mulher dentro da Unifan
Em 18 de fevereiro de 2011, conforme consta no processo, Keilly Magila se dirigiu à Faculdade Alfredo Nasser (Unifan) para requerer o comprovante de pagamento da taxa de requerimento da 1ª via do diploma de conclusão de curso de pós-graduação que havia concluído em 2009. Uma funcionária se negou a ceder o documento e a professora foi direcionada para ser atendido pelo diretor financeiro da Unifan.
Acabou sendo atendida pelo proprietário da instituição, Professor Alcides, que de acordo com a vitima já a recebeu “exaltado”, a professora explicou porque precisava do documento e ouviu de Alcides que o comprovante de pagamento não seria emitido. Em seguida, em tom agressivo, pediu para que a professora deixasse a sala da direção. A professora teria dito que não iria sair enquanto sua reivindicação não fosse atendida e a partir disso Professor Alcides, ainda mais exaltado, segurou num dos braços da professor Keilly Magila, e começou a xingá-la com expressões do tipo ”você vai sair daqui nem que seja a puta que te pariu, sua piranha, safada, rapariga”, entre outros palavrões.
Além da agressão verbal, Alcides desferiu tapas na face da vítima, puxou seus cabelos e a empurrou pra fora da sala, com o auxílio de alguns seguranças e de um encarregado dos serviços gerais. Antes também arremessou objetos (telefone e livros) na direção da vítima, chegando a atingi-la.
A transação penal é um acordo entre o Ministério Público e o acusado. Este acordo é aplicável somente aos crimes que possuem pena máxima em abstrato de 2 anos ou contravenções penais. A transação penal permite a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa em troca da não formalização do processo criminal.
Alcides Ribeiro tem histórico de violência contra as mulheres
As agressões físicas e verbais contra a professora Keilly Magina, reconhecido por Professor Alcides Ribeiro ao aceitar acordo com Ministério Público para evitar um processo penal que o poderia levá-lo à prisão, não ganhou o noticiário à época como o vídeo do deputado federal e candidato do PL a prefeito de Aparecida chamando uma mulher de puta e com seguranças disparando arma de fogo dentro da Unifan, mas com certeza é a prova cabal da aversão que Alcides tem com as mulheres.
Em entrevista nesta quinta-feira, 17, à Rádio Band News, Professor Alcides disse que é normal chamar mulheres de “loucas’’. Ribeiro justificava porque chamou deputadas de “loucas’’ enquanto ele votava contra o regime de urgência para transformar pedofilia em crime hediondo.
Na sexta-feira, 11, um assessor de Alcides chamou a jornalista Ravena Carvalho de “louca’’ dentro do estúdio da Rádio Sucesso FM quando o deputado federal tentava explicar porque foi demitido por meio de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por abandono do cargo de professor. Alcides ficou calado diante do ataque verbal proferido pelo próprio assessor contra a jornalista.
Sem saber que estava sendo gravado por uma funcionária, Alcides assediou moralmente uma funcionária grávida que estava apresentando atestado médico. “Gravidez não é doença”, proferiu Alcides.
Os episódios de violência contra as mulheres vieram à torna durante a campanha eleitoral, Leandro Vilela, ao lado do governador Ronaldo Caiado, primeira-dama Gracinha Caiado, deputada federal Sylvie Alves, Mayara Mendanha e milhares de mulheres saíram as ruas para defender o combate à violência contra as mulheres e repudiar atitudes como a de Professor Alcides.