O Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado em 29 de outubro, ressalta a importância do tratamento e reabilitação de pacientes realizados pelo Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), pelo Hospital Estadual de Urgências Governador Otavio Lage de Siqueira (Hugol) e pelo Centro Estadual de Reabilitação e Readaptacao Dr. Henrique Santillo (Crer). Essas unidades são vitais para milhares de pessoas acometidas pela doença, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a segunda principal causa de morte no mundo.
Em 2020, 99 mil pessoas morreram em decorrência de AVCs no Brasil, conforme dados do Datasus. O Hugo e o Hugol desempenham papéis cruciais no atendimento emergencial, assegurando intervenções rápidas que podem salvar vidas e prevenir sequelas graves. O Hugol, por exemplo, trata o AVC em sua integralidade, abordando tanto o AVC isquêmico, responsável por 80% dos casos, quanto o AVC hemorrágico, o mais perigoso devido ao maior risco de morte e sequelas.
No ano de 2023, o Hugol atendeu 1.948 pacientes vítimas de AVC, e de janeiro a setembro deste ano, foram atendidos 1.240 pacientes. O neurocirurgião Dionisio Figueiredo Lopes explica que o tratamento do AVC isquêmico pode ser feito com medicamentos trombolíticos administrados na veia do paciente em até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Já no AVC hemorrágico, o tratamento emergencial visa estabilizar a condição do paciente, controlando a pressão arterial, a hemorragia e possíveis complicações. Em casos graves, é necessário realizar um procedimento cirúrgico para retirada do sangue do cérebro.
O Hugo é uma referência internacional no atendimento ao AVC, detentor do Certificado Diamond do Protocolo Angels, uma iniciativa internacional dedicada a melhorar o desfecho do tratamento de pacientes com AVC. Com o protocolo, a unidade aprimorou a qualidade de atendimento, contando com a presença de dois médicos neurologistas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Para alcançar o nível Diamond, mais de 75% dos pacientes atendidos com AVC devem receber tratamento com trombolise em menos de 60 minutos; no Hugo, esse número chega a 96%.
Após a estabilização, pacientes que sofreram AVC podem ser encaminhados para reabilitação intensiva no Crer. Raimundo Nonato Lima, 62 anos, morador de Goiânia, é um exemplo de determinação na recuperação após um AVC ocorrido em 2022. Ele recebe tratamento no Crer, realizando exercícios diários no ginásio da unidade e em casa. Após dez meses de tratamento, expressa gratidão pelos profissionais que o assistem e pela evolução alcançada: “Os médicos e terapeutas são extremamente capacitados. Sem eles, não sei onde estaria hoje.”