Bitcoin supera R$ 400 mil pela primeira vez na história

O Bitcoin (BTC) marcou um novo recorde histórico nesta terça-feira, 29 de outubro, ao superar a marca de R$ 400 mil pela primeira vez. Essa ascensão é atribuída a vários fatores, incluindo o otimismo em relação ao resultado das eleições nos Estados Unidos, o aumento do fluxo de capital em ETFs (fundos de índice) à vista de Bitcoin e a diferença cambial no Brasil.
 
Na cotação em dólar, o BTC chegou a US$ 71.540 na noite da segunda-feira, 28 de outubro, o maior preço em sete meses, recuando para US$ 71.157 na manhã seguinte. Esse avanço aproxima a moeda digital de sua máxima histórica em dólar, próxima dos US$ 74 mil, alcançada em março deste ano.
 
Efeito Trump
 
O Bitcoin é visto por alguns analistas como um “Trump trade” devido à aproximação do republicano Donald Trump com o setor de criptomoedas. Durante a campanha eleitoral, Trump participou de eventos sobre criptos e mencionou que iria “transformar os EUA em uma superpotência de Bitcoin”. A vice-presidente Kamala Harris só deu o primeiro aceno para a indústria no mês passado.
 
Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty, observou que o BTC continua “precificando uma vitória eleitoral de Donald Trump”. Os investidores de criptomoedas têm acompanhado a disputa eleitoral nos EUA por meio dos mercados de previsões, como o Polymarket, que colocam Trump à frente de Kamala na disputa, embora as pesquisas eleitorais mostrem os dois candidatos empatados.
 
Período de Acumulação
 
Daniel González, analista de criptomoedas da Bitso, destacou que o Bitcoin entra em um período de acumulação com tendência de alta antes das eleições presidenciais nos EUA. “Embora o curto prazo possa trazer volatilidade assim que o resultado eleitoral for revelado, a tendência histórica é de que o mercado se recupere após a definição política, o que costuma beneficiar o BTC”, disse González.
 
Fluxo de Capital em ETFs
 
O sentimento otimista refletiu-se nos ETFs à vista de Bitcoin nos EUA. Os produtos registraram US$ 479,35 milhões em entradas líquidas ontem, o maior fluxo diário em duas semanas, segundo dados da plataforma SoSoValue. O ETF IBIT, da gestora BlackRock, liderou com US$ 315,19 milhões em entradas, seguido pelo ARKB, da 21Shares, com US$ 59,78 milhões. Juntos, os 12 ETFs à vista de BTC negociados nos EUA acumulam US$ 22,4 bilhões de entradas líquidas desde janeiro.
 
“A demanda permanece aquecida, sugerindo um momento de compra e acumulação”, comentou Beto Fernandes, analista da exchange Foxbit.
 
Perspectivas Futuras
 
Os traders do mercado de derivativos de criptomoedas aumentaram as apostas de que o Bitcoin pode atingir um pico de US$ 80 mil até o final de novembro, independentemente do resultado das eleições norte-americanas.
 
Desempenho das Principais Criptomoedas
 
|Criptomoeda|Preço|Variação nas últimas 24 horas| |–|–|–| |Bitcoin (BTC)|US$ 71.157|+3,60%| |Ethereum (ETH)|US$ 2.621|+3,50%| |BNB Chain (BNB)|US$ 605|+2,00%| |Solana (SOL)|US$ 180,94|+1,60%| |XRP (XRP)|US$ 0,5232|+0,90%|
 
Essas altas refletem o clima de otimismo que permeia o mercado de criptomoedas atualmente.

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Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos

A arrecadação federal total cresceu 9,77% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira, 21, a Receita Federal. No mês, a arrecadação foi de R$ 247,92 bilhões, enquanto em outubro do ano passado somou R$ 225,9 bilhões, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É o maior resultado já registrado para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos.

No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,217 trilhões, representando um acréscimo de 9,69%, descontado o IPCA. Em relação às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, no mês de outubro, foi de R$ 225,23 bilhões, representando um acréscimo real de 9,93%. No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,1 trilhões, registrando acréscimo real de 9,70%.

De acordo com a Receita, o resultado da arrecadação pode ser explicado, principalmente, “pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior”.

Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 7,40% na arrecadação do período acumulado e de 8,87% na arrecadação do mês de outubro.

Em relação ao PIS/Pasep e a Cofins houve uma arrecadação conjunta de R$ 47,19 bilhões, representando crescimento real de 20,25%.

Segundo o órgão, esse desempenho é explicado pela combinação dos aumentos reais de 3,89% no volume de vendas e de 4,02% no volume de serviços de setembro de 2023 a setembro deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), e pelo acréscimo da arrecadação relativa ao setor de combustíveis, pelo aumento no volume de importações e pelo desempenho positivo das atividades financeiras.

No período de janeiro a outubro, o PIS/Pasep e a Cofins apresentaram um crescimento real de 19,39%, totalizando uma arrecadação de R$ 444,7 bilhões. Esse resultado decorre, principalmente, do aumento real de 3,95% no volume de vendas e de 2,5% no volume de serviços entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, em relação ao período compreendido entre dezembro de 2022 e setembro de 2023.

Também influenciou no resultado, o aumento no volume de importações e de alterações na legislação, com destaque para a retomada da tributação sobre os combustíveis, cuja base se encontrava desonerada no ano anterior, e para a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas contribuições.

Os dados mostram que o Imposto sobre Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 11,12 bilhões, representando crescimento real de 58,12%.

O aumento expressivo é resultado dos aumentos reais de 22,21% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 11,04% na taxa média de câmbio, de 30,35% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,23% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado.

De janeiro a outubro, a arrecadação conjunta dos tributos foi de R$ 87,5 bilhões, representando crescimento real de 28,97%. Esse resultado também decorreu dos aumentos reais de 9,40% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 5,41% na taxa média de câmbio, de 20,06% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,84% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado.

Já no que diz respeito à Receita Previdenciária, outubro apresentou uma arrecadação de R$ 54.2 bilhões, o que representa um crescimento real de 6,25%.

“Esse resultado se deve ao crescimento real de 6,86% da massa salarial, de 9,79% na arrecadação do Simples Nacional Previdenciário e de 10,86% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no comparativo de outubro deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior”, disse a Receita.

No período de janeiro a outubro, a Receita Previdenciária totalizou uma arrecadação de R$ 539.6 bilhões, com crescimento real de 5,77%. O resultado se deve ao crescimento real de 7,20% da massa salarial e de 12,77% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no período de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior.

A arrecadação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) apresentou, no período de janeiro a outubro, um aumento real de 16,85%, em função da atualização de bens e direitos no exterior, que somou R$ 7,7 bilhões. No período, a Receita arrecadou R$ 62,16 bilhões.

Em outubro, a Receita informou que a arrecadação do IRPF foi de R$ 4,9 bilhões, crescimento de 6,71%, resultante, principalmente, do aumento real de 6,93% na arrecadação relativa às quotas-declaração e de 17,46% na arrecadação proveniente do carnê-leão.

O Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) apresentaram, em outubro, um crescimento de 4,29%, somando uma arrecadação conjunta de R$ 57,349 bilhões.

O desempenho pode ser explicado pelos acréscimos reais de 9,15% na arrecadação do balanço trimestral, de 8,8% no lucro presumido e de 22,06% na arrecadação do item Lançamento de ofício, depósitos e acréscimos legais.

No período de janeiro a outubro, a arrecadação do IRPJ foi de R$ 284,3 bilhões e da CSLL foi de R$ 151,5 bilhões, o que representa aumentos de 0,49% e de 3,42%, respectivamente.

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