Cármen Lúcia: “A maior dificuldade do Brasil é cumprir as leis”

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou na última segunda-feira (21/5) que a maior dificuldade do País atualmente é fazer cumprir as leis. Cármen participou de debate “Constitucionalização do Direito Civil” no Centro Universitário de Brasília (Uniceub), unidade de Taguatinga. Em sua fala, Cármen destacou as leis brasileiras que foram replicadas por outras nações, como a Lei da Ficha Limpa, a Lei Maria da Penha e a lei voltada a refugiados.

“Nossas constituições são muito bem feitas, a de 1924, por exemplo, é considerada uma das melhores que se teve naquele período. Nossa dificuldade é em cumprir as leis que nós temos. Nós não temos problemas de falta de leis e de boas leis. O nosso problema é cumprir leis”, disse. “Se cumprirmos a Constituição inteirinha eu tenho certeza que o Brasil consolida uma democracia que vai ser copiada também e seguida também por muitos povos. Eu sei que é difícil. Tenho certeza que a tarefa é difícil.”

Clareza
Em sua fala, Cármen Lúcia também defendeu uma comunicação mais clara do poder Judiciário. “Temos de aprender a nos comunicar. Temos de ligar a tecla SAP, porque o Brasil mudou para melhor. Porque o cidadão vai ao Judiciário em busca de seus direitos e quer saber o que eu, como juíza, decidi.” Cármen destacou que quem lida com Direito tem de aprender todos os dias, reflexo de mudanças de leis, costumes e de demandas humanas.

“Vivemos em um mundo de desentendimentos. Falta de capacidade de comunicação, que é própria do Direito. Temos que aprender a aprender a nos comunicarmos.” Segundo a presidente da Corte, os cidadãos brasileiros têm pressa em ter seus direitos cumpridos, o que justificaria uma comunicação mais clara do poder Judiciário. “O cidadão tem fome de justiça, de igualdade, de respeito, de luta e muito mais. Por isso que a despeito de tantas dificuldades, temos um campo enorme para termos esperança.”(Agência Estado)

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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