Eleições EUA: Trump e Kamala em risco de empate

As eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para o dia 5 de novembro de 2024, estão se mostrando extremamente acirradas, com a possibilidade real de um empate entre os candidatos Donald Trump e Kamala Harris. As pesquisas de opinião indicam que, embora Kamala Harris tenha uma vantagem numérica, ela está tecnicamente empatada com Trump dentro da margem de erro.
 
O Sistema do Colégio Eleitoral
 
A eleição presidencial nos EUA é decidida pelo Colégio Eleitoral, onde cada um dos 50 estados possui um número específico de delegados baseado no tamanho da população e no total de representantes no Congresso. Por exemplo, a Califórnia tem 54 delegados, enquanto o Texas tem 40. O candidato mais votado em um estado conquista todos os delegados daquela área, mesmo que vença por apenas um voto de diferença.
 
Cenários de Empate
 
Para que um empate ocorra, vários cenários precisariam se concretizar. Trump teria que vencer em todos os estados tradicionalmente republicanos, sem nenhuma surpresa. Além disso, ele precisaria conquistar o segundo distrito de Nebraska, que é mais inclinado aos democratas e tem apenas 1 delegado. Atualmente, as pesquisas indicam que Kamala Harris tem uma vantagem de 10 pontos percentuais nessa área.
 
Kamala Harris, por sua vez, precisaria vencer em todos os estados tradicionalmente democratas. Trump precisaria vencer nos estados-chave de Nevada, Arizona, Geórgia e Carolina do Norte, enquanto Kamala precisaria vencer nos estados-chave de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.
 
Consequências de um Empate
 
Se Trump e Kamala Harris terminassem com 269 delegados cada, seria acionada a 12ª Emenda da Constituição dos EUA. Neste cenário, a eleição seria decidida pela Câmara dos Deputados, onde cada estado teria direito a um voto, independentemente do tamanho. A Câmara atualmente tem maioria republicana, o que poderia favorecer Trump, mas seriam os novos deputados eleitos que votariam.
 
O Senado seria responsável por eleger o vice-presidente. Se houvesse um novo empate, as negociações e votações continuariam até o fim do impasse. Em caso de não resolução até o dia marcado para a posse, um presidente interino poderia ser nomeado.
 
Precedentes Históricos
 
Essa situação é quase inédita, tendo ocorrido apenas uma vez na história dos EUA, em 1824, quando nenhum dos quatro candidatos conquistou a maioria absoluta dos delegados. A disputa foi para o Congresso, que decidiu pela vitória de John Quincy Adams.
 
As eleições de 2024 estão se mostrando particularmente tensas, com ambos os candidatos lutando por cada voto. A importância do segundo distrito de Nebraska, com seu único delegado, é crucial para evitar um empate.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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