Bolsonaro pede a Lula anistia para golpistas de 8/1

Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, fez um apelo direcionado ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para que conceda anistia aos indivíduos responsáveis pelos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Em sua solicitação, Bolsonaro enfatizou que não deseja a “paternidade” do projeto de anistia, mas sim que o presidente Lula demonstre “coração” para perdoar os envolvidos.
 
Essa solicitação vem em um momento de grande tensão política no país, onde os atos golpistas de 8 de janeiro geraram ampla controvérsia e consequências legais para muitos dos participantes. Bolsonaro, ao pedir a Lula que tome a iniciativa de conceder a anistia, busca desviar a responsabilidade política do projeto, mas ao mesmo tempo, mantém a pressão sobre o governo atual para que adote uma medida que poderia ser vista como polêmica.
“Eu quero que alguém do PT seja o pai da anistia. Eu gostaria que o Lula tomasse a iniciativa de anistiar, que eu entendo, com todos os defeitos que ele tem, será que não tem coração? Não sabe quem está preso? Pessoas humildes”, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A reação do governo de Lula ainda não foi oficialmente divulgada, mas a decisão de conceder ou não a anistia será crucial para o futuro político do país e para a percepção pública sobre a gestão atual. A medida, se aprovada, poderia aliviar as tensões entre os grupos políticos, mas também poderia enfrentar resistência de setores que veem os atos golpistas como inaceitáveis.
 
A discussão sobre a anistia também envolve questões legais complexas, uma vez que muitos dos envolvidos nos atos golpistas estão enfrentando processos judiciais. A decisão final dependerá de uma cuidadosa avaliação das implicações políticas, legais e sociais.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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