Espanha enfrenta maior enchente do século com mais de 200 mortos

As enchentes devastadoras na Espanha já deixaram 205 mortos, segundo o governo local, após uma tempestade histórica que atingiu principalmente a região de Valência. Só nesta cidade, terceira maior do país, foram registrados 202 óbitos, enquanto outras três pessoas perderam a vida nas regiões vizinhas de Castilla-La Mancha e Andaluzia. O número de vítimas ainda pode aumentar, pois dezenas de pessoas permanecem desaparecidas. De acordo com o ministro dos Transportes da Espanha, muitas vítimas ficaram presas dentro de veículos durante as enchentes.

As chuvas intensas, concentradas em apenas oito horas, equivaleram ao volume esperado para todo o ano, causando inundações que transformaram ruas em rios e arrastaram centenas de carros. Para conter os danos e auxiliar a população, o governo espanhol mobilizou o Exército para ajudar na limpeza e no envio de alimentos, além de colaborar com as operações de resgate. Mais de mil soldados, junto a equipes locais, estão em busca de corpos e sobreviventes, com resgates acontecendo até de helicóptero em áreas isoladas.

A tragédia é considerada o pior desastre ambiental deste século na Espanha e supera episódios históricos de enchentes no país, como as inundações de Tous, em 1982. Valência, que normalmente enfrenta tempestades intensas no outono, foi fortemente impactada por este evento, associado às mudanças climáticas que aquecem o mar Mediterrâneo e intensificam fenômenos meteorológicos.

Moradores da região metropolitana de Valência estão sem acesso a itens básicos, como comida, água e eletricidade, e as autoridades têm enfrentado críticas pela suposta demora no envio de alertas. Muitas pessoas foram surpreendidas pela enchente ao tentarem proteger seus carros e ficaram presas nas águas. A ministra da Defesa, Margarita Robles, informou que as operações de resgate ainda estão em andamento e que as campanhas de doações se intensificaram em todo o país, com iniciativas como a doação de 1 milhão de euros pelo clube de futebol Real Madrid para as vítimas.

Além das mortes e desaparecimentos, os prejuízos materiais são imensos. Pontes foram derrubadas, ruas ficaram tomadas por lama, e o cenário de destruição é comparado a um tsunami. O governo espanhol segue em alerta e recomenda que a população permaneça em casa até que as condições melhorem.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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