Lula evita cortes em educação enquanto prepara redução de gastos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está liderando esforços para reduzir gastos governamentais, mas deixou claro que a educação não será afetada por essas medidas. Em uma reunião no Palácio do Planalto, Lula enfatizou que falar em “gasto” na educação é proibido, destacando a importância do setor para o desenvolvimento do país.
 
O ministro da Educação, Camilo Santana, reforçou essa posição durante a Reunião Global de Educação da Unesco em Fortaleza. “Ao contrário, a educação precisa ampliar os investimentos no país,” declarou Santana, acrescentando que não tem dúvidas de que o presidente Lula concorda com essa visão.
 
Enquanto a educação é poupada, outras áreas estão sob escrutínio. A reunião no Palácio do Planalto, que durou cerca de 3 horas e 20 minutos, focou em medidas para cortar gastos, especialmente em programas sociais e saúde. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o governo anunciará um plano de corte de gastos ainda nesta semana, com a intenção de sujeitar despesas obrigatórias à regra do marco fiscal, que limita a expansão dos gastos a 2,5% acima da inflação.
 
Uma das principais dificuldades é a necessidade de cortar ou limitar reajustes de programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego. Essas medidas têm impacto político significativo e enfrentam resistência do PT e de outras legendas de esquerda que apoiam o governo.
 
Além disso, o governo está avaliando a desvinculação de receitas para aumentar a parcela do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) nos gastos mínimos de educação. Isso faz parte de um esforço para otimizar os gastos sem comprometer a qualidade do ensino.
 
Camilo Santana também mencionou o lançamento de novas ações para a valorização dos professores, como o concurso unificado para a licenciatura e o Prouni. Essas iniciativas reforçam o compromisso do governo em investir na educação, mesmo diante da necessidade de cortar gastos em outras áreas.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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