O retorno do espectro de Bolsonaro

Desde a violenta pantomima de 8 de janeiro de 2023, dia de uma tentativa de golpe insuflado pelo clã Bolsonaro, eu parei de mencionar esse nome na coluna. Não foi apenas o susto e o terror causados pela presença do fantasma que assombrou a população, mas também a sensação de que as estruturas democráticas estavam sendo despedaçadas diante dos nossos olhos. A ilusão criada pela figura do fantasma nos fez perceber o quão frágil é a democracia e o quanto precisamos defendê-la.

A imagem fantasiosa do fantasma pairava sobre as mentes e corações dos cidadãos, criando um clima de medo e incerteza. O povo se perguntava se aquele pesadelo coletivo era real ou apenas uma alucinação provocada pelo desespero de ver a democracia sendo atacada de forma tão descarada. O fantasma se tornou um símbolo do mal que é capaz de ser infligido à sociedade quando o poder não é exercido de forma responsável e consciente.

Apesar de toda a confusão e caos provocados pelo fantasma, a população não se deixou intimidar e se uniu para combater a ameaça à democracia. As ruas foram tomadas por manifestantes que clamavam por justiça e respeito às instituições democráticas. O medo foi substituído pela determinação de não permitir que o fantasma do autoritarismo assombrasse o país.

O clã Bolsonaro, responsável por invocar o fantasma, foi duramente criticado e condenado pela sociedade. A tentativa de golpe foi vista como um ato covarde e desesperado para manter o poder a qualquer custo. O povo não permitirá que o medo e o terror infundido pelo fantasma se perpetuem e continuará lutando por um país livre e democrático.

O impacto do fantasma na política e na sociedade foi imenso, deixando marcas profundas que levarão tempo para serem superadas. As feridas abertas pelo golpe e pela presença assustadora do fantasma precisarão de cuidados e atenção para que possam cicatrizar. A lição aprendida com essa experiência é a de que a democracia é frágil e precisa ser protegida com unhas e dentes.

O fantasma do autoritarismo não pode mais assombrar o país, pois a população está vigilante e pronta para se opor a qualquer ameaça à democracia. A luta contra o medo e o terror instigados pelo clã Bolsonaro continuará até que a justiça seja feita e a paz seja restabelecida. Que o fantasma sirva como um lembrete constante de que a liberdade e a democracia são valores que devem ser defendidos a todo custo.

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Como a Social-Democracia foi desperdiçada no Brasil: análise política de um especialista – Ricardo Guedes, Ph.D.

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O PT perdeu a oportunidade de transformar o Brasil em uma Social-Democracia.
Tudo ia bem na transição de Fernando Henrique para Lula. O PIB com Fernando
Henrique cresceu de US$ 0,5 trilhão em 1994 para US$ 0,9 trilhão em 1998, caindo
para US$ 0,5 trilhão em 2002 devido às crises cambiais. Lula assumiu a
Presidência em 2023 com a passagem do Governo de forma harmoniosa, dentro do
protocolo. Lula aumentou o PIB de US$ 0,5 trilhão para US$ 2,2 trilhões em 2010.
A sequência política a partir de 2010/2011, entretanto, foi desastrosa.

O Partido Social Democrata – PSD, Alemão, foi criado em 1863. Partido de origem
nas classes trabalhadoras, ele era “social” no sentido da inclusão dos
trabalhadores na economia, e “democrata” na demanda por sistemas eleitorais. Na
Alemanha, Kautsky era favorável à mudança através do voto, e Rosa Luxemburgo
através de revoluções. No SPD, a estratégia eleitoral prevaleceu.

Adam Przeworski estuda o fenômeno da Social-Democracia. Marx achava que, no
capitalismo, as classes médias iriam diminuir e as classes dos trabalhadores
manuais aumenta, levando a revoluções socialistas. Isto ocorreu no século XIX,
quando as classes médias, então constituídas por artesãos diminuíram, com o
acrésimo da classe trabalhadora. Mas a partir de 1900, surge a nova classe
média do “colarinho branco”, estabilizando a classe trabalhadora a partir de
1920 em 25% da população econômica ativa, em todos os países. Portanto, para um
partido de esquerda fazer a maioria em uma eleição, ele precisa abrir mão da
representação da classe dos trabalhadores, abrindo a amplitude de sua
representação. Na sequência política, a classe empresarial concede benefícios
aos trabalhadores, e os trabalhadores abrem mão da estratégia revolucionária,
com a rotação de poder. A isto, se chama de “pacto Social-Democrata”.

Lula escolhe Dilma como candidata em 2010. O PIB chega a US$ 2,6 trilhões em
2016, devido às bases plantadas no governo anterior, caindo para US$ 2,2
trilhões em 2014 com a reeleição de Dilma em eleição com acirramento político. O
PIB cai para US$ 1,8 trilhão em 2014, com erros na política econômica e
impeachment de Dilma. Temer leva o PIB para US$ 1,9 trilhão em 2018. No desgaste
do PT e do PSDB, Bolsonaro é eleito como 3ª via em 2018. Bolsonaro, com fraco
desempenho econômico e erros no Covid, deixa o país em 2022 com o mesmo PIB de
US$ 1,9 trilhão. Lula assume levando o PIB a US$ 2,1 trilhões em 2023, com
projeção de US$ 1,9 trilhões em 2024. Nas eleições Municipais de 2024, a vitória
do meio, com perspectivas para o centro voltar ao poder. Mas o pacto
Social-Democrata, se foi. Talvez porque os pactos Social-Democratas vieram
de baixo para cima, e não como um acordo de elites políticas, como foi aqui, que
sucumbiram aos interesses. É uma pena!

Ricardo Guedes é Ph.D. em Ciências Políticas.

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