Recados de Bolsonaro: Anistia no Congresso, trama golpista e candidatos da direita – Mapeando a influência de Trump

O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou em entrevista exclusiva ao jornal O GLOBO que acredita na possibilidade de o Congresso Nacional aprovar uma anistia que reverta sua inelegibilidade até o ano de 2030. Essa medida seria uma resposta às acusações feitas contra ele por disseminação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas durante as eleições de 2018, que culminaram em sua inelegibilidade para os próximos pleitos.

Na entrevista, Bolsonaro defendeu sua postura de levantar questionamentos sobre a segurança e confiabilidade das urnas eletrônicas, afirmando que agiu de forma transparente e democrática ao expor suas dúvidas. Ele ainda ressaltou que acredita na existência de fraudes eleitorais no sistema atual e que é necessário reformulá-lo para garantir a lisura das eleições.

Além disso, o ex-presidente negou categoricamente que tenha intenção de desestabilizar a democracia no Brasil, refutando acusações de que suas declarações sobre as urnas eletrônicas visam a criação de um clima de desconfiança nas instituições. Ele ressaltou que seu objetivo é justamente fortalecer a democracia e garantir a transparência no processo eleitoral.

Bolsonaro também criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos seus questionamentos sobre as urnas eletrônicas, afirmou que tem sido alvo de perseguição política e que alguns ministros da Corte têm agido de forma parcial em relação ao seu governo. Ele reiterou sua confiança na Justiça e na constitucionalidade de suas ações.

Sobre a possibilidade de uma candidatura em 2022, o ex-presidente se mostrou confiante na reversão de sua inelegibilidade e afirmou que está preparado para enfrentar qualquer desafio eleitoral. Ele disse que conta com o apoio de seus eleitores e que confia na capacidade do Congresso de aprovar uma anistia nesse sentido.

Por fim, Bolsonaro destacou a importância da liberdade de expressão e da pluralidade de ideias em uma democracia, ressaltando que continuará lutando pela defesa desses valores. Ele se disse convicto de que a verdade prevalecerá no fim das contas e que está disposto a enfrentar as consequências de suas convicções em prol do país.

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Como a Social-Democracia foi desperdiçada no Brasil: análise política de um especialista – Ricardo Guedes, Ph.D.

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O PT perdeu a oportunidade de transformar o Brasil em uma Social-Democracia.
Tudo ia bem na transição de Fernando Henrique para Lula. O PIB com Fernando
Henrique cresceu de US$ 0,5 trilhão em 1994 para US$ 0,9 trilhão em 1998, caindo
para US$ 0,5 trilhão em 2002 devido às crises cambiais. Lula assumiu a
Presidência em 2023 com a passagem do Governo de forma harmoniosa, dentro do
protocolo. Lula aumentou o PIB de US$ 0,5 trilhão para US$ 2,2 trilhões em 2010.
A sequência política a partir de 2010/2011, entretanto, foi desastrosa.

O Partido Social Democrata – PSD, Alemão, foi criado em 1863. Partido de origem
nas classes trabalhadoras, ele era “social” no sentido da inclusão dos
trabalhadores na economia, e “democrata” na demanda por sistemas eleitorais. Na
Alemanha, Kautsky era favorável à mudança através do voto, e Rosa Luxemburgo
através de revoluções. No SPD, a estratégia eleitoral prevaleceu.

Adam Przeworski estuda o fenômeno da Social-Democracia. Marx achava que, no
capitalismo, as classes médias iriam diminuir e as classes dos trabalhadores
manuais aumenta, levando a revoluções socialistas. Isto ocorreu no século XIX,
quando as classes médias, então constituídas por artesãos diminuíram, com o
acrésimo da classe trabalhadora. Mas a partir de 1900, surge a nova classe
média do “colarinho branco”, estabilizando a classe trabalhadora a partir de
1920 em 25% da população econômica ativa, em todos os países. Portanto, para um
partido de esquerda fazer a maioria em uma eleição, ele precisa abrir mão da
representação da classe dos trabalhadores, abrindo a amplitude de sua
representação. Na sequência política, a classe empresarial concede benefícios
aos trabalhadores, e os trabalhadores abrem mão da estratégia revolucionária,
com a rotação de poder. A isto, se chama de “pacto Social-Democrata”.

Lula escolhe Dilma como candidata em 2010. O PIB chega a US$ 2,6 trilhões em
2016, devido às bases plantadas no governo anterior, caindo para US$ 2,2
trilhões em 2014 com a reeleição de Dilma em eleição com acirramento político. O
PIB cai para US$ 1,8 trilhão em 2014, com erros na política econômica e
impeachment de Dilma. Temer leva o PIB para US$ 1,9 trilhão em 2018. No desgaste
do PT e do PSDB, Bolsonaro é eleito como 3ª via em 2018. Bolsonaro, com fraco
desempenho econômico e erros no Covid, deixa o país em 2022 com o mesmo PIB de
US$ 1,9 trilhão. Lula assume levando o PIB a US$ 2,1 trilhões em 2023, com
projeção de US$ 1,9 trilhões em 2024. Nas eleições Municipais de 2024, a vitória
do meio, com perspectivas para o centro voltar ao poder. Mas o pacto
Social-Democrata, se foi. Talvez porque os pactos Social-Democratas vieram
de baixo para cima, e não como um acordo de elites políticas, como foi aqui, que
sucumbiram aos interesses. É uma pena!

Ricardo Guedes é Ph.D. em Ciências Políticas.

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