Última atualização 11/11/2024 | 09:13
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi morto no Aeroporto de Guarulhos na última sexta-feira, 8, enquanto transportava uma bagagem valiosa. De acordo com o boletim de ocorrência, Gritzbach levava consigo mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor, incluindo anéis cravejados de pedras, pulseiras, colares e brincos de marcas de luxo como Bulgari, Cartier e Vivara. Além disso, havia um relógio Rolex, um par de argolas douradas, um celular e um notebook da marca Apple, além de R$ 620 em dinheiro vivo.
As investigações sugerem que Gritzbach teria ido à capital alagoana para cobrar uma dívida de um conhecido, o que levanta questionamentos sobre a origem do material valioso e sua possível ligação com o crime. A polícia busca identificar quem fez o repasse desses itens valiosos e se eles têm alguma conexão com o assassinato.
O corpo de Gritzbach foi enterrado no domingo, 10, no Cemitério Parque do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Ele levou 10 tiros de fuzil durante o ataque.
O material apreendido está em posse do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que continua investigando o caso.
Vítimas do ataque
Além de Gritzbach, outras vítimas também foram afetadas pelo ataque. Celso Araújo Sampaio de Novais, um motorista de aplicativo de 41 anos, foi atingido nas costas e faleceu no domingo. Ele havia enviado um vídeo para a esposa após ser baleado, informando que estava na ambulância a caminho do hospital. Novais deixou esposa e três filhos, com idades de 20, 13 e 3 anos. O enterro de Celso Novais está previsto para ocorrer nesta segunda-feira, 11.
Já um funcionário terceirizado do aeroporto foi ferido na mão e continua em observação no hospital. Uma mulher de 28 anos, que foi atingida por um tiro de raspão no abdômen, já recebeu alta.
Delação premiada
O empresário morto foi descrito pelo Ministério Público de São Paulo como “um arquivo vivo” contra a facção do Primeiro Comando da Capital (PCC). A TV Globo, o empresário mantinha uma estreita relação como a organização e sabia de crimes que ocorriam no PCC. “Ele ajudou a lavar dinheiro para criminosos do PCC, na área de construção civil, onde ele era corretor e enriqueceu, oferecendo nomes de laranjas para que esses imóveis fossem colocados em nome de terceiros”, disse.
Antônio faria uma segunda delação onde entregaria agentes da Polícia Civil de São Paulo que, supostamente, possuíam relação com a organização criminosa. Gritzbach chegou a fazer uma denúncia, uma semana antes de ser morto, para a Corregedoria da PCSP onde acusou policiais de terem levado uma caixa com relógios de luxo para sua casa, quando foi preso, mas alguns dos pertences não foram devolvidos. O empresário relatou ter visto o relógio no braço de um policial em publicações nas redes sociais.