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Alunos de Direito da PUC-SP ofendem estudantes da USP com gritos de ‘cotista’ e ‘pobre’ durante jogos

Última atualização 18/11/2024 | 15:57

Durante os Jogos Jurídicos realizados no último fim de semana em Americana, interior de São Paulo, estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram filmados fazendo ofensas de cunho racista e classista aos alunos da Universidade de São Paulo (USP). As imagens, que circulam nas redes sociais, mostram integrantes da torcida da PUC-SP gritando palavras como “cotista” e “pobre” para os estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, além de uma aluna fazendo gestos obscenos.

A situação ocorreu durante uma partida de handebol entre as duas universidades no sábado, 16. Em resposta ao incidente, a organização dos Jogos Jurídicos, em conjunto com as instituições participantes, decidiu banir a torcida da PUC-SP de todas as competições restantes, que terminaram no domingo, 17.

Em um comunicado oficial, a organização informou que as medidas necessárias foram tomadas para garantir que os atos racistas fossem devidamente investigados e os responsáveis, punidos conforme a legislação. A PUC-SP e a USP, por meio de suas diretorias e centros acadêmicos, manifestaram repúdio ao ocorrido, classificando o episódio como “lamentável” e uma violação dos valores democráticos e humanistas defendidos por ambas as instituições.

As entidades afirmaram que irão apurar o caso de forma rigorosa e responsabilizar os envolvidos de maneira justa e exemplar. Além disso, comprometeram-se a implementar protocolos de educação antirracista e fortalecer as ouvidorias para garantir um ambiente mais inclusivo para os estudantes.

A Reitoria da PUC-SP também divulgou uma nota repudiando “veementemente” qualquer forma de violência, racismo ou aporofobia. A universidade destacou que tais manifestações discriminatórias são incompatíveis com seus princípios e valores. A direção da PUC-SP determinou à Faculdade de Direito a apuração rigorosa dos fatos, seguindo as normas universitárias e legais, e assegurou que os responsáveis seriam conscientizados e responsabilizados.

A PUC-SP reforçou seu compromisso com a inclusão social e racial, destacando suas políticas de bolsas e programas de ação afirmativa, como a contratação de docentes negros para garantir maior representatividade na instituição. Além disso, a universidade se solidarizou com os estudantes ofendidos e com todos que presenciaram o episódio.

A USP, por sua vez, implementou o sistema de cotas em 2017, com 50% das vagas destinadas a alunos de escolas públicas, sendo 37% desse total para candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Dados divulgados pela USP mostram que 45,1% dos estudantes de graduação vieram de escolas públicas e 23,2% se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas.

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