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Saiba quem são “kids pretos”, presos por ameaça de golpe; maior número está em Goiânia

Última atualização 19/11/2024 | 10:37

Na manhã desta terça-feira, 19, a Polícia Federal (PF) prendeu cinco indivíduos, incluindo quatro militares das Forças Especiais do Exército Brasileiro, conhecidos como “kids pretos”, por suspeita de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo dados do Exército Brasileiro, a maior parte de militares integrantes do grupo está no 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia.

Segundo a PF, provas colhidas no inquérito indicam que representantes do grupo de elite direcionaram os atos antidemocráticos que ocorreram após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro e atuaram como elo para financiamento dos ataques. O objetivo era impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restringir a atuação do Poder Judiciário.

O que são os ‘Kids Pretos’?

Os “kids pretos” são integrantes de um grupo de elite do Exército, formados pelo Curso de Operações Especiais, treinados para atuar em missões sigilosas e ambientes hostis. Eles recebem este apelido devido ao uso de gorros pretos em operações. Estes militares são especialistas em guerra não convencional, reconhecimento especial, operações contra forças irregulares e contraterrorismo.

O Exército confirmou que os “kids pretos” operam desde 1957 e têm um efetivo de aproximadamente 2,5 mil militares. Eles podem atuar em todo o território nacional, mas apenas por ordem do Comando do Exército e sob coordenação do Comando de Operações Especiais.

Para fazer parte do grupo, os interessados precisam ser sargento ou oficial e fazer curso de paraquedista, por seis semanas, e de “ações de comandos”, que dura quatro meses. Entre os exercícios de preparação é comum ficar em ambientes fechados com gás lacrimogêneo sem máscara, além de restrições de sono e de alimentação durante as atividades.

Além disso, na terceira fase, existe a terceira fase com focos estratégicos, como a infiltração em outro estado por meio de salto de paraquedas para, em simulação, cumprir determinada missão, como resgate de um refém.

O grupo participa de operações de grande porte, como missão no Haiti e eventos como Copa do Mundo – visando evitar ataque terrorista. A maior parte dos agentes estão em Goiânia, com estimativa de até 400 militares, e estão subordinados ao Comando Militar do Planalto.

‘Punhal Verde e Amarelo’

O plano operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, previa o assassinato de Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, o grupo planejava a prisão e execução do ministro do STF, que era monitorado continuamente.

Os presos incluem Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Hélio Ferreira Lima, e o general de brigada Mario Fernandes, que está na reserva. Um policial federal, Wladimir Matos Soares, também foi preso. As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e cumpridas até as 6h50 da manhã.

A operação, intitulada “Contragolpe”, faz parte do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e os atos antidemocráticos promovidos durante o processo eleitoral de 2022, culminando nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. A PF recuperou arquivos eletrônicos deletados de aparelhos dos militares investigados, o que ajudou a identificar os alvos da operação.

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