“Pátria Amada Brasil”

Os jogadores da seleção brasileira partem para a Copa longe da realidade brasileira que enfrenta à greve dos caminhoneiros

A seleção brasileira encerrou a primeira etapa de preparação para a Copa do Mundo e embarcou para Londres onde continuará com os treinamentos antes de chegar à Rússia. A paralisação do país não sensibilizou a equipe técnica e nem os jogadores que circulavam sobrevoando tranquilos por Teresópolis e no Rio de Janeiro. Uma escolta policial foi solicitada para acompanhar a seleção. O Brasil, o país do futebol, existe também fora de campo, mas para eles o patriotismo parece reinar só em solos verdes.

O último treino em Comary foi tumultuado pela quantidade de torcedores que foram até o centro de treinamento assistir à preparação. Foram distribuídas senhas para que tivesse um controle com relação a quantidade de pessoas presentes no local. Entre um intervalo e outro, os jogadores deram autógrafos aos fãs que se empurravam em meio a cotoveladas só para assistir o espetáculo em campo. Devido ao controle de pessoas no Comary a desorganização se consolidou em frustração e tentativas de invasão.

Os treinos foram abertos para vizinhos do condomínio fechado que fica ao lado do CT. Os condôminos convidados passaram a cobrar convites no valor entre 50 e 100 reais. Essa incongruência evidencia que o futebol a cada dia que passa é inacessível ao pobre, voltado apenas  para a elite e a burguesia.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp