Os jogadores da seleção brasileira partem para a Copa longe da realidade brasileira que enfrenta à greve dos caminhoneiros
A seleção brasileira encerrou a primeira etapa de preparação para a Copa do Mundo e embarcou para Londres onde continuará com os treinamentos antes de chegar à Rússia. A paralisação do país não sensibilizou a equipe técnica e nem os jogadores que circulavam sobrevoando tranquilos por Teresópolis e no Rio de Janeiro. Uma escolta policial foi solicitada para acompanhar a seleção. O Brasil, o país do futebol, existe também fora de campo, mas para eles o patriotismo parece reinar só em solos verdes.
O último treino em Comary foi tumultuado pela quantidade de torcedores que foram até o centro de treinamento assistir à preparação. Foram distribuídas senhas para que tivesse um controle com relação a quantidade de pessoas presentes no local. Entre um intervalo e outro, os jogadores deram autógrafos aos fãs que se empurravam em meio a cotoveladas só para assistir o espetáculo em campo. Devido ao controle de pessoas no Comary a desorganização se consolidou em frustração e tentativas de invasão.
Os treinos foram abertos para vizinhos do condomínio fechado que fica ao lado do CT. Os condôminos convidados passaram a cobrar convites no valor entre 50 e 100 reais. Essa incongruência evidencia que o futebol a cada dia que passa é inacessível ao pobre, voltado apenas para a elite e a burguesia.