Feminicídio na 25 de Março: Empresária é morta em São Paulo, chocando o país

A brutalidade do feminicídio chocou não apenas os moradores da região da 25 de Março, em São Paulo, mas também todo o país. O vídeo do crime circulou pelas redes sociais, mostrando o momento em que Denilson Bento atira na ex-mulher, Gianeriny Santos Nascimento, durante uma discussão.

Diante da gravidade do caso, a Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva do empresário de 55 anos, que agora aguarda julgamento em um Centro de Detenção Provisória (CDP). Robson Cyrillo, advogado responsável pela defesa de Bento, lamentou a situação, mas respeitou a determinação do segredo de Justiça, impedindo maiores pronunciamentos sobre o caso.

O crime ocorreu em plena luz do dia, em frente a uma loja de produtos de beleza fundada pela vítima. Mesmo com tentativas de intervenção por parte de testemunhas, Denilson Bento disparou três tiros que atingiram o abdômen de Gianeriny Santos. Populares conseguiram imobilizar o agressor até a chegada da polícia, que o deteve em flagrante.

Jane, como era conhecida a empresária de 40 anos, deixou para trás cinco filhos e dois netos, sendo os dois menores frutos do relacionamento com Denilson Bento. A tragédia abalou não apenas a família da vítima, mas também toda a comunidade local e os espectadores das redes sociais, que acompanharam incrédulos a violência do feminicídio.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo realizou a apreensão da arma utilizada no crime, assim como dois celulares e o automóvel do autor. A perícia foi acionada e o caso foi registrado como feminicídio, reforçando a necessidade de combate à violência contra as mulheres e a importância de políticas de proteção e prevenção. Que Jane Nascimento seja lembrada não apenas como mais uma estatística, mas como um grito por justiça e respeito à vida.

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Estatísticas alarmantes: 2 em cada 10 mulheres sofrem ameaças de morte pelo parceiro. Saiba como ajudar! Acesse já.

Pesquisa do Instituto Patrícia Galvão revela que duas em cada dez mulheres já foram ameaçadas de morte pelo parceiro, namorado ou ex. Essa preocupante estatística foi divulgada no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Conta a Mulher, indicando que quase 17 milhões de brasileiras já vivenciaram ou vivem em situação de risco de feminicídio.

O estudo realizado em parceria com o Instituto Consulting Brasil e com apoio do Ministério das Mulheres entrevistou 1.353 mulheres com mais de 18 anos entre os dias 23 e 30 de outubro. Descobriu-se que 21% delas foram ameaçadas de morte pelo companheiro, sendo que 18% sofreram ameaças por um parceiro e 3% por mais de um namorado. Entre as mulheres pretas, 25% relataram terem sofrido ameaças, seguidas pelas pardas com 19%, e brancas com 16%.

A pesquisa também apontou que as brasileiras sofrem mais violência física e sexual do parceiro do que a média mundial. O estudo alerta para a grave realidade enfrentada por muitas mulheres, com situações reais como a morte de uma mulher a tiros pelo ex-marido na região da 25 de Março, mostrando as ameaças que são enfrentadas diariamente.

A dependência econômica do agressor foi identificada como o principal motivo para que as mulheres não consigam sair de relações violentas, seguida pela crença de que o agressor vai mudar e pelo medo de ser morta caso termine o relacionamento. O medo é um fator significativo na manutenção dessas relações abusivas, sendo presente em 46% das razões apontadas.

A cultura machista é apontada como motivo para o feminicídio íntimo por 44% das mulheres entrevistadas. Elas acreditam que casos de feminicídio acontecem por ciúmes e possessividade dos parceiros que se consideram donos das mulheres.

Para prevenir o feminicídio, as entrevistadas ressaltam a importância de proteção do Estado e da sociedade às vítimas. Porém, há um sentimento de impunidade entre as mulheres, que acreditam que os homens que cometem violência doméstica não são devidamente punidos.

Diante desse cenário, 8 em cada 10 mulheres concordam que aumentar a pena para violência doméstica poderia contribuir para evitar mais casos de feminicídio. A sensação de segurança para denunciar também é enfatizada, com a importância do apoio do Estado, da polícia e da justiça.

Em casos de agressão ou ameaça, as mulheres identificaram o número de emergência 190 como o primeiro a ser acionado, seguido pelo Ligue 180. A Delegacia da Mulher é vista como o local onde as vítimas podem buscar ajuda.

A influência da mídia e das redes sociais na percepção do aumento do feminicídio no Brasil também foi destacada. A conscientização e mobilização da sociedade são apontadas como essenciais no combate a esse crime, com estratégias como campanhas de conscientização, monitoramento de conteúdos violentos, grupos de apoio online e uso de influenciadores digitais para promover mensagens de igualdade de gênero e respeito. Que tal apoiar essa causa e contribuir para um futuro mais seguro para as mulheres do Brasil?

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