Jackson Peixoto Rodrigues, chefe criminoso ligado a 29 homicídios, é morto por rival dentro da cadeia: detalhes da captura no Paraguai

Captura no Paraguai, foragido nº 1 do RS e ligação com 29 homicídios: quem era o
preso morto por outro detento dentro de cadeia

Jackson Peixoto Rodrigues, o ‘Nego Jackson’, era apontado como chefe de uma
organização criminosa. Ele foi morto a tiros por um rival dentro do Complexo
Penitenciário de Canoas.

Jackson Peixoto Rodrigues, 41 anos, foi morto dentro de cadeia por outro
detento — Foto: Divulgação/Polícia do Paraguai

O preso que foi morto a tiros por um rival dentro do Complexo Penitenciário de
Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi identificado como Jackson Peixoto Rodrigues, de 41 anos. “Nego Jackson”, como era conhecido, era apontado como chefe de uma organização criminosa do RS. A arma teria ingressado no interior do presídio através de um drone.

De acordo com o Comando de Policiamento Metropolitano, Jackson tem ligação com
29 homicídios. São assassinatos, com decapitações e esquartejamentos, em que ele
teria participação como mandante ou executor. A lista de antecedentes criminais
do homem ainda inclui tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Em 2017, “Nego Jackson” foi preso pela polícia do Paraguai. Ele foi capturado na cidade de Pedro Juan Caballero com outros três comparsas. Na ocasião, o chefe de polícia do RS declarou que o criminoso era o procurado número 1 do estado.

Jackson deu entrada no presídio federal de Porto Velho (RO) e pediu para ser recolhido no espaço destinado aos presos vinculados a uma organização criminosa do Rio de Janeiro. Conforme as investigações da época, ele tinha vínculo com um traficante de drogas que também estava preso no local.

Em 2020, Jackson foi transferido para o RS. O trâmite contou com escolta reforçada e aparato de segurança para a chegada dele no Aeroporto Salgado Filho. Do terminal, foi levado até a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

GOVERNO COBRA PROVIDÊNCIAS

O governador em exercício, Gabriel Souza (MDB), pediu uma investigação “rigorosa e ágil” sobre o assassinato dentro do presídio. As forças de segurança e secretários do RS foram convocados para uma reunião no Palácio do Piratini, no domingo (24), para discutir o caso.

Conforme a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, a suspeita é de que a
arma que matou Jackson tenha ingressado no presídio através de um drone. Na
madrugada anterior ao episódio, houve registro de sobrevoo na região.

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do crime. No fim de semana, dois supostos responsáveis pelo ataque foram identificados.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, o governador Eduardo Leite (PSDB), que está em missão internacional, afirmou que o esclarecimento do caso tem
“total prioridade”. Leite também tranquilizou a população sobre uma possível reação violenta por parte do grupo ao qual pertencia o preso morto.

A Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo instaurou um processo administrativo para investigar o caso. O titular da pasta, Luiz Henrique Viana (PSDB), afirma que os fatos serão apurados “com rigor absoluto, para que situações como esta não voltem a ocorrer”.

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Cirurgia inédita de redesignação sexual com técnica robótica é realizada em SC: paciente se recupera bem

SC realiza cirurgia inédita no Brasil de redesignação sexual com técnica robótica, diz clínica

Procedimento usado tecido abdominal no canal vaginal. Procedimento foi feito em cinco horas no Hospital Santa Isabel em Blumenau. Paciente se recupera bem.

Uma mulher trans de 31 anos foi submetida a uma cirurgia de redesignação sexual com tecnologia robótica em Santa Catarina. De acordo com a equipe da Transgender Center Brazil, responsável pelo procedimento, este foi o primeiro procedimento com a técnica no país.

A cirurgia foi feita no Hospital Santa Isabel em Blumenau, no Vale do Itajaí, em 10 de dezembro. Na segunda-feira (23), os responsáveis informaram que a paciente, natural de Belo Horizonte (MG) se recuperava bem.

A cirurgia levou mais de 5 horas e a paciente teve alta em três dias, sem dor e sem queixas pós-operatório. A mulher permaneceu em Blumenau para se recuperar e realizar uma avaliação médica.

Segundo o médico José Carlos Martins Junior, um dos responsáveis pelo procedimento, a paciente chegou na clínica com queixa de pouca pele na região genital para o forramento do canal vaginal na operação de redesignação.

Ao se juntar com o cirurgião abdominal Rinaldo Danesi, eles escolheram a técnica peritoneal via robótica, que só havia sido realizada fora do país.

“A cirurgia via robô traz muitas vantagens. Por se tratar de algo delicado, o robô dá mais precisão nos movimentos e a recuperação é muito mais rápida, por ser menos invasivo”, explicou Martins. O médico já fez mais de 2000 cirurgias de transição de gênero, tanto face, quanto genital.

Como funciona a cirurgia: A cirurgia consiste em retirar parte do peritônio, membrana que reveste a parede abdominal, que é bem fina e resistente, e implantá-la na cavidade vaginal.

O resultado final é um ganho de profundidade vaginal, conforme o cirurgião: “A estética permanece a mesma, porém, ela acaba se tornando uma vagina mais profunda”, afirma.

Enquanto a vagina de inversão peniana chega a 15 centímetros, a técnica peritoneal pode chegar de 20 a 22 centímetros, porque o forramento da vagina é mais extenso pelo peritônio. Por isso é usada para quem tem pouca pele, ou já teve complicações em outras cirurgias.

Com a tecnologia do robô, aperfeiçoada nos Estados Unidos, foi possível conciliar as duas ações essenciais da cirurgia: a parte estética e o procedimento abdominal.

“A gente conseguiu fazer a cirurgia quase em conjunto, a parte externa com a parte robótica. O peritônio se mostrou muito propício para esse tipo de cirurgia”, detalhou o cirurgião Rinaldo Danesi.

José Carlos Martins Junior reforça que convênios que já autorizavam o procedimento sem a nova tecnologia devem estender cobertura às cirurgias de redesignação sexual assistidas por robótica, assim como aconteceu com a paciente. Ela teve o procedimento autorizado pela empresa conveniada de saúde.

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