Professores do Rio entram em greve contra PLC 186/2024: o que esperar

Os professores da rede municipal do Rio de Janeiro aprovaram uma greve por tempo indeterminado, em protesto contra o Projeto de Lei Complementar (PLC) 186/2024. O sindicato estadual dos profissionais da educação (Sepe) informou que a paralisação continuará até que o prefeito Eduardo Paes receba os servidores para uma negociação. A decisão de entrar em greve foi tomada de forma unânime durante uma assembleia realizada na Escola de Samba São Clemente, no Centro do Rio.

O PLC 186/2024 propõe ampliar a carga de aulas para os professores, alterar regras relacionadas às férias e licenças, além de revogar a Lei 8666/2024, que estende para até seis anos a duração dos contratos temporários na rede municipal. Os educadores consideram que o projeto é prejudicial às condições de trabalho na rede municipal de ensino, afirmando que retira diversos direitos conquistados pelos servidores públicos.

Após a aprovação da greve, os servidores se reuniram em frente à sede da prefeitura para protestar contra as mudanças propostas. Durante a manifestação, houve confusão e um professor acabou sendo detido e encaminhado para prestar esclarecimentos. O vereador William Siri denunciou em suas redes sociais que policiais militares intimidaram os profissionais da educação com bombas e spray de pimenta durante o protesto.

A Polícia Militar informou que a prisão do servidor ocorreu durante uma tentativa de bloqueio da via e que foram utilizados materiais de menor potencial ofensivo. A Sepe agendou uma nova assembleia para discutir a continuidade da greve, marcada para a próxima sexta-feira. Até o momento, a Prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Educação não se pronunciaram sobre a situação.

Em meio a esse cenário de greve e protestos, a cidade do Rio de Janeiro se prepara para testar um veículo aéreo elétrico que realiza decolagens e pousos verticais em viagens na Região Metropolitana. A população segue atenta aos desdobramentos da greve dos professores e aguarda por uma possível resolução que atenda às demandas dos servidores da rede municipal de ensino. Para mais informações e atualizações sobre o cenário educacional e outros assuntos relevantes da cidade, inscreva-se na newsletter de notícias do Rio para se manter informado.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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