Assistente social é encontrada enforcada: suspeito simulou ajuda nas buscas

Enforcada: assassino simulou ajudar em buscas por assistente social

Investigações da PCDF apontam que Edilson de Sousa Nascimento foi responsável
por “encontrar” corpo da assistente social Bertha Victoria

Apontado como responsável pela morte Bertha Victoria Kalva Soares
, 27 anos, Edilson de Sousa Nascimento, 35, teria criado um álibi para tentar não ser descoberto.

As investigações conduzidas pela 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) apontam
que ele estava entre os moradores da região que acompanhavam o atendimento do
Corpo de Bombeiros ao incêndio no carro da assistente social um dia antes do
corpo dela ser localizado.

Muitos passaram a procurar por Bertha na mata por conta própria. Edilson
aproveitou para criar um álibi e simular que estava entre esses moradores que só
queriam ajudar e apontou aos bombeiros onde estaria o corpo da mulher, em uma
região de mata, em Ceilândia. É possível que tudo não tenha passado de uma
estratégia para confundir as investigações.

Mesmo assim, ele acabou preso e é apontado como principal suspeito pela execução
por enforcamento da assistente social.

LONGA FICHA CRIMINAL

O investigado, que coleciona uma longa ficha criminal, cumpria liberdade
condicional e usava tornozeleira eletrônica, por causa de um estupro seguido de
tentativa de homicídio cometido em 2012.

Nesse domingo (24/11), ele passou por audiência de custódia em decorrência da
prisão em flagrante pelo feminicídio e permanecerá atrás das grades. Os dois haviam se conhecido três dias antes, segundo trocas de mensagens obtidas
por meio das investigações da 19ª DP. O suspeito teria simulado uma amizade com
Bertha, mas a matou e ateou fogo ao veículo dela depois do assassinato. O corpo
da jovem foi achado próximo ao local onde estava o carro incendiado.

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Mortes por demência e Alzheimer crescem 3.400% em três décadas: Brasil esquece suas memórias

Mortes por demência e Alzheimer cresceram 3.400% em três décadas

Em 1996, 985 brasileiros perderam a suas vidas por conta de demência ou Alzheimer. No ano passado, o número foi de 34.279 mortes

Existe um Brasil que aos poucos está se esquecendo. Fogem das memórias os nomes dos filhos, o sorriso das pessoas que amam e escapa também, dentro do universo encefálico de suas mentes, a vida que decidiram viver. Tudo isso por conta de um inexplicável erro no processamento de certas proteínas dentro do sistema nervoso central.

São pedaços de proteínas que aparecem ainda sem muitas explicações e se tornam tóxicas para os neurônios e sinapses. Desencadeia-se um verdadeiro colapso de memórias e sentimentos. É assim que surgem as doenças demenciais. É assim que mais de 385 mil brasileiros “desapareceram” de si e morreram nas últimas três décadas.

É fundamental que o Brasil passe a se importar com o crescimento do número de vidas afetadas diretamente por conta das doenças. Em 1996, foi apontado que 985 brasileiros perderam a suas vidas por conta de algum grau de demência ou Alzheimer. No ano passado, o número foi de 34.279 pessoas. Isso representa um aumento de 3.380% nas últimas décadas.

Os dados citados fazem parte de um levantamento do DE com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e consideram apenas as causas básicas de falecimentos por doença de Alzheimer, demência na doença de Alzheimer, demência vascular, demência em outras doenças e demência não especificada. Os números são de óbitos por residência.

MEMÓRIAS ROUBADAS

O professor da Universidade de Brasília (UnB) Otávio de Toledo Nóbrega, membro da seção do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-DF), explica que o córtex cerebral costuma ser uma das áreas mais prejudicadas pela doenças demenciais, principalmente nas regiões temporais e parietais, na lateral do crânio. A literatura médica aponta também alterações no hipotálamo e no hipocampo.

Áreas que administram parte essencial de quem somos. São algumas gramas de massa cinzenta que conduzem a personalidade e a forma como lidar com as lembranças que construímos durante toda a vida. No entanto, com o desenvolvimento da demência, as regiões são afetadas diretamente. Pode-se, inclusive, morrer sem noção nenhuma do quem tenha sido.

“A ciência até entende bem o defeito que acontece no cérebro para desenvolver Alzheimer, especificamente. A gente sabe que os principais defeitos são bioquímicos, em que proteínas alteradas se acumulam no cérebro. Principalmente, uma proteína chamada beta-amiloide, que se acumula demais e acaba funcionando como substância tóxica dos neurônios, impedindo que as transmissões nervosas aconteçam”, comenta o especialista.

Sobre o aumento exponencial dos casos e mortes por doenças demenciais no país, Nóbrega salienta sobre uma “revolução da longevidade”, causando uma mudança muito drástica e importante na estrutura etária brasileira, representada principalmente pela maior expectativa de vida. Com o maior número de idosos e prolongação da vida, por consequência, há também pessoas mais suscetíveis às doenças demenciais. No entanto, o crescimento das mortes vai além disso.

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