Operação da PF contra grupo suspeito de crimes financeiros de R$ 6 bilhões cumpre mandados em Itaquaquecetuba
Segundo a PF, a organização criminosa operava um sistema bancário ilegal de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para pelo menos 15 países. Em Itaquaquecetuba, foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e outro de prisão preventiva.
Uma operação da Polícia Federal (PF) contra um grupo suspeito de praticar crimes financeiros no valor de R$ 6 bilhões cumpriu mandados em Itaquaquecetuba na manhã desta terça-feira (6). Segundo a investigação, a organização criminosa operava um complexo sistema bancário ilegal de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para pelo menos 15 países.
Em Itaquaquecetuba, foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e outro de prisão preventiva. Entre os integrantes, ainda segundo a PF, estão brasileiros e estrangeiros de diversas funções, como policial militar e civil, gerentes de bancos e contadores. A investigação começou em 2022 e revelou o esquema, que realizou operações de crédito e débito que chegaram a R$ 120 bilhões. Em 2024, o chefe do grupo movimentou, sozinho, R$ 800 milhões. Ele buscava a abertura de empresas e contas bancárias com capacidade de movimentar R$ 2 bilhões por dia.
Além de Itaquaquecetuba, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais nos estados de São Paulo, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Ceará, Santa Catarina e Bahia. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 10 bilhões de 214 empresas. Pelo menos 200 policiais federais atuam na operação.
A Polícia Federal informou ainda que o dinheiro circulava dentro do Brasil e, principalmente, para China e Hong Kong, além de Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia e Emirados Árabes. A investigação aponta que o objetivo era atender um fluxo de dinheiro para o território chinês, mas atendia qualquer pessoa que quisesse ocultar capitais, lavar dinheiro ou enviar e receber valores do exterior. Segundo a PF, há ainda indícios de envolvimento de quadrilhas especializadas em tráfico de drogas, armas e contrabando.
Em Campinas, o alvo dos mandados foi o braço direito do chefe do esquema, que agiu para destruir provas e evitar a investigação da Polícia Federal. O material apreendido também foi encaminhado à delegacia da PF na capital.