Goiás lança programa de saúde ocular para estudantes

Para cuidar da visão dos jovens goianos, o governador Ronaldo Caiado e a primeira-dama e coordenadora do Goiás Social, Gracinha Caiado, lançaram nesta terça-feira, 26, o “Olhar para Todos”, com investimentos de R$ 36 milhões.

Maior programa público de saúde oftalmológica do Centro-Oeste, a iniciativa levará profissionais e equipamentos de ponta a todas as escolas públicas estaduais para realização de exames e, se necessário, oferta de óculos ou encaminhamento cirúrgico. A ação é gratuita e deve atender mais de 495 mil estudantes nos próximos 18 meses.

Saúde ocular

“Nós passamos a fazer uma educação em Goiás que não é apenas a criança chegar até a sala de aula. É saber de todos os fatores que, amanhã, dificultam o acesso dessa criança ao colégio ou de assimilar aquilo que está sendo ensinado”, afirmou Caiado na apresentação do programa, realizada no Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás Ayrton Senna, em Goiânia. Esta foi a primeira unidade de ensino a receber a iniciativa.

O consultório móvel ficará no local até quarta-feira, 27, e deve atender 1.240 alunos. A meta é visitar as 1.114 escolas estaduais. Para isso, a ação conta com uma unidade móvel, equipada com quatro consultórios que vão trabalhar simultaneamente.

“Isso tudo recupera, resgata essa criança, diminui a evasão, melhora a escolaridade e assim, nós vamos chegando cada vez mais em patamares mais altos no nosso Ideb”, frisou o governador, que garantiu um investimento de mais de R$ 36 milhões do Governo de Goiás para a viabilidade do programa.

Um dos diferenciais do programa é levar a estrutura diretamente aos jovens. Em ação piloto, o programa iniciou os atendimentos nas comunidades quilombolas Kalunga Vão do Moleque e Vão das Almas, em Cavalcante, em julho e novembro deste ano.

A iniciativa também abrange as crianças atendidas em instituições de ensino especial conveniadas, além de beneficiários das ações itinerantes do Goiás Social. O “Olhar para Todos” também fará a capacitação de professores da rede para atuarem como mediadores em qualquer município goiano.

A primeira-dama Gracinha Caiado recordou a situação com a qual se deparou há quase seis anos, ao chegar em São Domingos, no município de Cavalcante.

“Uma criança olhou para mim e disse ‘eu não consigo estudar, porque eu não enxergo na sala de aula’’. A partir desse momento, eu comecei a fazer as tratativas para que esse programa acontecesse”, revelou.

Completo

O programa ofertará óculos aos estudantes com indicação e nos casos mais complexos, que envolvem tratamentos clínicos ou cirúrgicos, haverá encaminhamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Faremos atendimento desde a acuidade visual, verificar se o paciente tem estrabismo, glaucoma ou algum outro tipo de doença da retina. É importante dizer que esse é um tratamento completo”, pontuou o secretário de Estado da Saúde, Rasível dos Reis Santos.

“Todos serão examinados por tecnologias extremamente sofisticadas. É a realização de um sonho levar essa saúde oftalmológica para as escolas de Goiás”, comemorou Marcos Ávila, diretor do Cerof.

Além do Goiás Social, o “Olhar para Todos” tem o envolvimento da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e secretarias da Saúde (SES), Educação (Seduc), Desenvolvimento Social (Seds), em parceria com o Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG) e apoio de entidades da sociedade civil.

“É uma honra para a universidade ter uma parceria tão robusta, de impacto tão direto na vida das pessoas, especialmente na vida dos nossos estudantes”, declarou a reitora da UFG, professora Angelita Lima.

O presidente do Grupo Jaime Câmara, Júnior Câmara, também destacou a relevância do programa voltado à saúde das crianças durante o evento. Ele relembrou uma iniciativa semelhante que liderou ao lado de Marcos Ávila, entre 1995 e 2015, o projeto “Boa Visão”, que oferecia atendimento oftalmológico gratuito a estudantes de Goiânia.

“Naquela época, em um contexto totalmente analógico, conseguimos atender uma população de crianças da mesma forma que vocês estão sendo atendidos hoje. Esse trabalho é sensacional e primordial para muitas crianças e adolescentes que serão beneficiados”, afirmou Câmara.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Dono de banco preso em operação da PF contra lavagem de dinheiro é policial civil e já foi acusado de corrupção por delator do PCC

 A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira,26,  uma operação contra crimes financeiros que resultou na prisão de um policial civil de São Paulo, Cyllas Elia, que também é dono do 2 Go Bank. Elia havia sido acusado de corrupção por um delator do PCC que foi executado no Aeroporto Internacional de São Paulo.
A operação, que ocorreu em seis estados (São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Ceará, Santa Catarina e Bahia) e no Distrito Federal, visou desmantelar uma organização criminosa que operava um complexo sistema bancário ilegal de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para pelo menos 15 países. A investigação revelou que o grupo, chefiado em parte por chineses, movimentou cerca de R$ 6 bilhões nos últimos anos.
O delator, Gritzbach, havia denunciado Elia por corrupção oito dias antes de ser morto a tiros no aeroporto em 8 de novembro. As câmeras de segurança capturaram o crime. Gritzbach era réu em dois processos: um por mandar matar dois membros do PCC e outro por lavar dinheiro para a quadrilha. Ele aceitou a delação premiada para reduzir sua pena.
A PF não realizou a operação diretamente por causa da delação de Gritzbach, mas tinha informações de que Elia já havia sido acusado anteriormente por crimes financeiros. Elia pediu afastamento da Polícia Civil há um ano e meio e é CEO e fundador do 2 Go Bank, segundo suas páginas pessoais na internet e registros na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).
A delação de Gritzbach indicou que o 2 Go Bank era usado por Elia para lavar dinheiro do PCC. Além disso, Elia tem ligações com dois membros do PCC executados em 2021 em São Paulo.
A operação “Tai-Pan” envolveu a prisão de 16 pessoas e a execução de 41 mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 10 bilhões de 214 empresas. O dinheiro circulava dentro do Brasil e era enviado principalmente para a China, Hong Kong, Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia e Emirados Árabes.
A organização criminosa usava métodos clássicos de lavagem de dinheiro, como boletagem, empresas de fachada, laranjas, falsificação de documentos de importação e exportação, e operações de câmbio fraudulentas. Além disso, recorreu a métodos modernos que permitiram saltar de milhões para bilhões de reais.
Dois suspeitos de participarem da execução de Gritzbach, Kauê do Amaral Coelho e Matheus Augusto de Castro Mota, são procurados pela polícia e têm prisões temporárias decretadas.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo trabalha com várias linhas de investigação, não descartando a participação de membros do PCC, agentes de segurança ou devedores de Gritzbach. Cinco policiais civis delatados e oito agentes da Polícia Militar que faziam a escolta particular de Gritzbach foram afastados preventivamente.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp