O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) entrou com um pedido de inelegibilidade do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e a cassação da chapa de Sandro Mabel, ambos do União Brasil, que concorreram à Prefeitura de Goiânia nas eleições deste ano. A investigação está relacionada ao abuso de poder político, pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo, em eventos de apoio à candidatura de Mabel. Ambos os políticos negam as acusações, destacando que os eventos não tinham caráter eleitoral.
De acordo com o MP Eleitoral, foi constatado que suplentes de vereadores e lideranças políticas foram convidados por Mabel e Caiado para participarem de jantares no Palácio das Esmeraldas em outubro. Os eventos foram divulgados nas redes sociais dos políticos e, segundo o documento, tinham clara intenção política eleitoral, configurando assim o abuso de poder político, o que pode comprometer a legitimidade das eleições.
O governador Caiado manifestou estranheza em relação ao posicionamento do Ministério Público Eleitoral, destacando que ainda não foram ouvidas testemunhas para esclarecer os fatos. Ele ressaltou que eventos de caráter eleitoral são realizados fora do Palácio das Esmeraldas, seguindo estritamente as leis e normas da Justiça Eleitoral. Já Mabel afirmou que os eventos foram parte da rotina política do governador, sem intenção eleitoral, sendo um deles dedicado aos vereadores eleitos.
Uma audiência está agendada para o início de dezembro, onde testemunhas serão ouvidas para avaliar a gravidade das ações. A AIJE, protocolada pela chapa adversária de Fred Rodrigues, acusa Sandro Mabel, Claudia da Silva Lira e Ronaldo Caiado de abuso de poder político e descumprimento da Lei das Eleições. A ação pede a inelegibilidade dos envolvidos, a perda dos registros de candidatura e/ou diplomas, bem como o pagamento de multa, sendo o MP Eleitoral favorável a essas solicitações.
Em notas oficiais, tanto Caiado quanto Mabel defenderam suas condutas, afirmando que os eventos não tinham propósito eleitoral. Eles enfatizaram o compromisso com a transparência e ética em suas ações, reiterando que não houve abuso de poder político. A defesa de Mabel enfatizou que não houve uso eleitoral dos eventos e que as condutas apontadas não justificam a cassação da chapa ou a inelegibilidade de Caiado. A Justiça Eleitoral será responsável por analisar as evidências e decidir sobre as medidas a serem tomadas.