“Herdeiro” de Lula, Haddad não teme desgaste eleitoral na Fazenda
Apontado como o “herdeiro” de Lula para liderar a esquerda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta um desgaste decorrente do cargo. A criação de impostos e a cotação do dólar têm sido usadas pela oposição para fustigar o único nome até hoje escolhido pelo PT para disputar a Presidência num cenário sem sua estrela maior. Já o corte de gastos tornou Haddad alvo de figuras de dentro do governo.
Mesmo sob fogo cruzado, Fernando Haddad (31%) aparece à frente de Guilherme Boulos (17%), do PSol, e de João Campos (12%), do PSB, como o nome preferido do campo progressista para suceder a Lula, de acordo com a última pesquisa CNT. O ministro é mais moderado que o deputado psolista. E, também, mais conhecido que o prefeito do Recife.
O comando do Ministério da Fazenda, contudo, tem trazido mais ônus do que bônus eleitoral para o “herdeiro” de Lula. Bolsonaristas têm promovido uma campanha contra Haddad de modo a tentar inviabilizá-lo nas urnas.
A interlocutores, o ministro tem minimizado os ataques. Avalia que Lula pretende concorrer à reeleição e que uma disputa Presidencial em 2030 não estará atrelada aos acontecimentos de agora. Haddad também aposta que o aumento de investimentos privados e públicos ainda será percebido pela população. O ministro acredita, ainda, que a reclamação relacionada a novos impostos estaria concentrada nos mais ricos, sem a adesão das camadas populares.
Recentemente, Guilherme Boulos e João Campos trocaram farpas durante as eleições de 2024, antecipando uma possível disputa pelo voto do campo progressista em futuras eleições. A aliados, Haddad disse querer distância dessa briga entre o psolista e o prefeito.