O Diário do Estado reportou que a União negou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para alterar o nome da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha em Juiz de Fora. A denominação da infantaria faz referência ao dia 31 de março, data em que as tropas saíram da cidade mineira para instaurar o golpe militar de 1964. Segundo o MPF, ainda não há decisão judicial que determine a mudança da denominação, e o processo deve seguir para a fase de defesa da União.
Na Ação Civil Pública, instaurada em abril deste ano, o MPF argumenta que o nome do local desinforma e relativiza a ditadura, o que pode favorecer a repetição de eventos históricos controversos. O Diário do Estado entrou em contato com a assessoria de comunicação do Exército, que informou que as tratativas envolvendo aspectos históricos da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha estão em análise no âmbito da Advocacia-Geral da União e do Ministério Público Federal, em fase de conciliação.
A ação movida pelo Ministério Público Federal também inclui pedidos de revogação de atos de homenagem, anulação dos nomes de sites e documentos oficiais e a remoção do monumento onde está inscrita a data do golpe militar. Além disso, solicita que militares da brigada façam um curso sobre o golpe militar e os direitos humanos violados durante a ditadura, e a criação de um espaço de memória para informar as gerações futuras sobre a gravidade dos fatos históricos.
A homenagem irregular prestada na antiga sede da 4ª Região Militar, em Juiz de Fora, foi alvo de investigação após uma publicação do jornal Folha de São Paulo. O MPF contesta a tentativa do Comando do Exército de evitar rotular o evento como golpe militar, afirmando que a ação militar precipitou um golpe de Estado que anulou o Estado de Direito vigente. A ação ressalta que a homenagem é irregular de acordo com normas do Ministério da Defesa.
Juiz de Fora guarda construções e acervos históricos relacionados à ida das tropas militares para o RJ, destacando a importância da preservação da memória e da compreensão dos eventos históricos para as futuras gerações. A cidade continua a ser palco de debates e ações em prol da memória coletiva e do respeito à verdade histórica. Siga o Diário do Estado nas redes socais para mais informações sobre esses temas e outros assuntos relevantes da região.