TCDF aprova contas do GDF de 2023 com ressalvas: R$ 60,1 bi arrecadados

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) aprovou as contas do Governo do Distrito Federal (GDF) referentes ao ano de 2023, com ressalvas, durante sessão nesta quinta-feira (28/11). A Corte de Contas analisou as receitas e as despesas do primeiro ano do segundo mandato do governador Ibaneis Rocha (MDB) e da vice-governadora Celina Leão (PP), que ficou à frente do Poder Executivo por três meses.

De acordo com o relator, conselheiro André Clemente, o GDF arrecadou R$ 60,1 bilhões e gastou R$ 57,7 bilhões. O superávit orçamentário foi de R$ 2,4 milhões no ano passado, o que, segundo Clemente, evidencia “equilíbrio fiscal no exercício”. O Relatório Analítico e Parecer Prévio (RAPP), aprovado pela Corte de Contas, será enviado para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Uma das ressalvas do TCDF às contas do Poder Executivo distrital é referente aos pagamentos sem cobertura contratual. No ano passado, apesar da redução de 52,3% em relação ao exercício anterior, as despesas sem contrato totalizaram R$ 145,4 milhões. O conselheiro Renato Rainha destacou que a suspensão de licitações não pode ser usada como justificativa para pagar contas sem contrato.

Ao analisar a educação, o TCDF entendeu que o governo distrital atendeu os três parâmetros mínimos exigidos por lei. Porém, no caso do Fundeb, o índice foi cumprido com ressalvas devido à realização ocorrer abaixo do mínimo, mas dentro da margem de 10% que permite o diferimento de repasse de recursos. Em relação à saúde, a Corte de Contas disse que o GDF cumpriu o mínimo de aplicação de recursos, empregando acima do patamar exigido de 12% da arrecadação estadual e 15% municipal.

O TCDF também analisou os gastos públicos com obras em 2023. A Corte de Contas destacou que o GDF executou R$ 1,8 bilhão nesse setor, com aumento de 43,7% em relação a 2022. Porém, o valor efetivamente gasto representou apenas 42% da dotação total. A análise considerou ainda a quantidade de nomeações de pessoas sem vínculo com o governo local, sendo que 7,5 mil dos 15,3 mil ocupantes de cargos comissionados não eram concursados.

A dívida pública do DF chegou a R$ 17,7 bilhões, com crescimento de 17,5% em comparação com 2022. A renúncia de R$ 9,1 bilhões em receita ao conceder benefícios fiscais no ano passado foi questionada pelo procurador-geral do MPC-DF, que cobrou mais transparência. O relator das contas do GDF apontou um aumento significativo no Fundo Constitucional do Distrito Federal em relação ao período anterior.

Ao avaliar as contas do GDF em 2023, o TCDF considerou as políticas públicas direcionadas às mulheres e ao meio ambiente, especialmente aos animais. O governo local investiu em ações voltadas às mulheres e realizou procedimentos veterinários gratuitos, mas ainda há desafios na implementação dessas políticas. O relatório aprovado pelo TCDF apresenta determinações, recomendações e 27 ressalvas relacionadas às contas de 2023 do GDF.

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Aprovação com ressalvas das contas do GDF pelo TCDF em 2023: o que isso significa para a população do Distrito Federal?

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) aprovou, com ressalvas, a prestação de contas do Governo do Distrito Federal (GDF) referente ao ano de 2023, primeiro ano do segundo mandato de Ibaneis Rocha (MDB). A votação pelo tribunal aconteceu na manhã desta quinta-feira (28). O conselheiro André Clemente, relator da decisão, fez ao todo 28 ressalvas e 25 determinações sobre as contas do governo. Dentre as ressalvas feitas pelo tribunal, destacam-se o recorrente uso de despesas sem contrato formal, a falta de sistema de informação para acompanhamento de obras públicas, a falta de transparência em parcerias público-privadas, e a ausência de sistema e transparência nas políticas de atenção primária à saúde.

Observou-se que recursos previstos no último ano não foram utilizados adequadamente. Fundos como o da criança e do adolescente, modernização e manutenção da polícia civil e militar, assim como da Universidade do Distrito Federal (UNDF) tiveram baixa utilização de recursos conforme o previsto. No setor da Educação, a fiscalização do TCDF apontou a falta de progresso nos principais indicadores de qualidade do ensino público do DF. Já na Saúde, o tribunal encontrou problemas na prestação de serviços em unidades básicas de saúde, pronto-socorros e hospitais, incluindo má conservação de unidades de saúde, filas de espera, baixa cobertura, falhas na distribuição de medicamentos, desigualdade na oferta de serviços, entre outras questões.

O relatório elaborado pelo TCDF será encaminhado para a Câmara Legislativa do DF (CLDF) para julgamento definitivo das contas. O órgão legislativo será responsável por analisar as ressalvas e determinações apontadas pelo Tribunal de Contas. Em paralelo, discussões acerca do Fundo Constitucional do DF ganham destaque, com políticos como Haddad prevendo mudanças significativas. A transparência e boa gestão dos recursos públicos, particularmente no Distrito Federal, tornam-se temas cruciais para garantir um melhor funcionamento dos serviços essenciais à população.

Em suma, a aprovação com ressalvas das contas do GDF pelo TCDF reflete a importância do controle e fiscalização dos recursos públicos. A população do Distrito Federal espera que as determinações feitas pelo Tribunal sejam efetivamente implementadas e que medidas corretivas sejam adotadas para garantir uma gestão financeira transparente e eficiente. O acompanhamento dos órgãos de fiscalização e controle é essencial para garantir a adequada utilização dos recursos destinados aos serviços públicos, como educação, saúde e segurança. Por fim, é fundamental que as autoridades competentes ajam com diligência para corrigir as falhas apontadas e melhorar a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população do Distrito Federal.

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