A Polícia Civil prendeu uma mulher apontada como braço direito de um chefe do tráfico de drogas em Minas Gerais. Bruna Neiva Clem Galdino, de 31 anos, foi encontrada no morro do São Carlos, no Rio de Janeiro. A prisão foi feita pelo Ministério Público de Minas Gerais com o apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) do Rio. Segundo as investigações, Bruna atuava na lavagem de dinheiro, negociação de armas e tráfico de drogas de uma organização criminosa. Ela era peça-chave na estrutura de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio dos criminosos.
A prisão de Bruna acontece após uma investigação de dois anos que revelou o seu papel estratégico na facção Terceiro Comando Puro (TCP). Ela era o braço direito de um dos chefes do TCP em Minas Gerais, Rafael Carlos da Silva Ferreira, conhecido como Paraíba. Este último é um dos líderes do tráfico no Morro da Mineira, no Centro do Rio, e comanda o tráfico de drogas em Belo Horizonte, Minas Gerais. Bruna também mantinha comunicação com outras lideranças do TCP no Rio de Janeiro, traficantes de áreas de fronteira e membros da organização que estão detidos.
A mulher tinha conhecimento do sistema bancário e habilidades para realizar transações financeiras clandestinas, o que facilitava o desvio de recursos oriundos do tráfico de drogas. Ela realizava movimentações financeiras diversas, como pagamentos de cartões de crédito em nome de terceiros, depósitos e transferências para contas de possíveis fornecedores de drogas, além do custeio de obras em propriedades ligadas ao chefe do tráfico. Bruna foi encaminhada para o Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, onde aguardará audiência de custódia.
Em maio, Bruna havia sido presa pela Polícia Federal por tráfico interestadual de drogas, após ser flagrada retirando 40 kg de maconha em uma transportadora no Rio. Desde julho, ela estava em prisão domiciliar, monitorada por tornozeleira eletrônica. O advogado de Bruna nega as acusações e destaca que todas as imputações serão esclarecidas durante a instrução processual, demonstrando a inocência da acusada. Ela foi uma das 14 pessoas presas na megaoperação Êxodo, que visava desarticular uma facção criminosa em sete estados, resultando na emissão de 106 mandados de prisão e no bloqueio de milhões de reais em contas bancárias dos investigados.