Acusado de tráfico internacional de drogas é extraditado para o Brasil após 11 anos preso na Espanha
Sérgio Lessa Xavier, o Sérgio Bala, foi preso em 2013 na Espanha, com 7 mil
comprimidos de ecstasy e cumpriu pena no país europeu. Ele chegou ao Brasil no
dia 22 de novembro, e vai responder preso a processo na Justiça Federal no Rio.
Um acusado de chefiar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas — que já
esteve na lista dos mais procurados da Interpol — foi extraditado para o Brasil
depois de passar 11 anos preso na Europa.
Sérgio Lessa Xavier, o Sérgio Bala, chegou ao Rio no último dia 22, trazido por
uma equipe da Polícia Federal. Desde 2013, ele estava preso pelos crimes de
tráfico de drogas e uso de documento falso.
Bala foi preso em flagrante com uma mulher em Ibiza, na Espanha. Eles estavam
num carro, onde a polícia espanhola encontrou 6.993 comprimidos de ecstasy e
pequena quantidade de outras drogas sintéticas escondidos no fundo falso do
porta-malas. Bala apresentou uma identidade grega falsa. A mulher, que segundo as
investigações era namorada dele, apresentou um documento falso italiano. Os dois
foram condenados e cumpriram pena de prisão na Espanha.
No DE, Sérgio Bala é réu num processo por tráfico internacional de drogas na
3ª Vara Criminal Federal do Rio. O processo ficou suspenso durante todo esse
período porque o réu nunca havia constituído defesa.
Agora, com o retorno dele ao Brasil, o interrogatório de Sérgio foi marcado
para 17 de dezembro. Em seguida, o juízo deve abrir prazo para alegações finais
da acusação e da defesa, e após, proferir a sentença. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF-RJ), Sérgio Bala chefiava
uma organização criminosa que atua no transporte internacional de drogas, como
cocaína e ecstasy, organizando, financiando e aliciando as mulas, na entrada e
saída ilegal das drogas, pelos aeroportos internacionais de Rio e São Paulo, em
direção à Europa, principalmente na Espanha, Alemanha e Holanda. Antes de ser preso na Espanha em 2013, ele estava na difusão vermelha da
Interpol, a lista de procurados da Polícia Internacional.
De acordo com o MPF, uma das mulas arregimentadas pela organização criminosa foi
presa em 2012, ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Rio vindo de
Amsterdam, com 7,5 quilos de ecstasy em 4 mil comprimidos.
Outra mula foi presa em 2013, ao desembarcar no aeroporto de Frankfurt, na
Alemanha, vinda de São Paulo, com 1,5 quilo de cocaína na bagagem.
Em audiência de custódia realizada na última segunda-feira (25), Sérgio Bala
disse que, ao dar entrada no presídio de Benfica, foi obrigado a retirar toda a
roupa que usava (camisa, calça, sapatos), e que só foi lhe fornecida uma calça. Segundo ele, o mesmo ocorreu com os outros 30 presos que dividiam a cela: todos
passavam dias e noites sem camisa e descalços. Na audiência, a Justiça manteve a
prisão preventiva do réu.
Em nota, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) declarou
que “a todas as pessoas em situação de cárcere é garantido o tratamento
respeitoso e digno, conforme o que preconiza o Conselho Nacional de Justiça, o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Secretaria Nacional de
Políticas Penais.”
A Secretaria esclareceu, ainda, que, “por questões de segurança os custodiados
são submetidos a procedimento de revista para que sejam retirados objetos que
possam ser usados para provocar lesões em si próprio ou em outros internos, e
roupas com cores que possam ser confundidas com os uniformes dos policiais
penais ou de prestadores de serviço”.
No processo, Sérgio Bala é representado pela Defensoria Pública da União. Em nota, a DPU informou que, na audiência de custódia, pediu ao juízo que fossem
providenciadas vestimentas adequadas a Sérgio, e que requereu também que fosse
oficiado ao presídio cobrando explicações em razão da possível violação de
Direitos Humanos.