Inquérito do golpe: CNJ afasta juiz citado por atuar contra urnas
Investigação da Polícia Federal indicou que magistrado teria atuado junto ao
presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou o juiz
federal da 4ª Região Sandro Nunes Vieira. Ele foi citado no relatório da Polícia Federal (PF) relativo ao inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga tentativa de golpe de Estado.
Ao DE, o CNJ informou, por meio de nota, que o caso tramita em sigilo no
conselho. “A decisão ocorreu após o Conselho Nacional de Justiça receber ofício
do Supremo Tribunal Federal sobre a conduta do magistrado.”
No relatório das investigações da tentativa de golpe, a PF apontou que o juiz
teria atuado junto ao presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto,
em uma ofensiva contra as urnas eletrônicas.
Sandro Nunes trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. A PF afirma ter encontrado
imagens no celular do então assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, na
qual ele discutia com o juiz fraudes nas urnas eletrônicas e a ação do PL contra
o pleito.
“Nesse contexto, os elementos probatórios identificados pela investigação
demonstram que Sandro Nunes Vieira atuou de forma ilegal e clandestina, ao
assessorar o Partido Liberal na representação eleitoral contra as urnas
eletrônicas”, afirma a PF no relatório.
Embora citado no relatório, o magistrado não é um dos 37 que foram indiciados
pela PF na conclusão do inquérito, na terça-feira (26/11).