Falsa advogada é procurada pela polícia por suspeita de aplicar golpes em pelo
menos 25 vítimas no Brasil e Canadá
Mulher, de 33 anos, é investigada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG)
de Avaré (SP) por suspeita de aplicar golpes que somam mais de R$ 210 mil.
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Avaré (SP) investiga o caso — Foto:
Polícia Civil/Divulgação
DE investigações continuam em andamento, com análise dos materiais apreendidos,
coleta de depoimentos de vítimas e busca por outras pessoas lesadas pelo
esquema.
DE segue tentando localizar a investigada. Informações sobre seu paradeiro
podem ser encaminhadas à Polícia Civil, de forma anônima ou pelos canais
oficiais.
DE orienta a população a sempre verificar o registro de advogados
junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) antes de contratar serviços
jurídicos. A suspeita poderá responder por crimes como estelionato, falsidade
ideológica e exercício ilegal da profissão.
DE faz buscas por uma mulher de 33 anos suspeita de aplicar golpes que somam mais de R$ 210 mil em
pelo menos 25 vítimas, sendo uma delas do Canadá. A suspeita, que se passava por
advogada, teve a prisão preventiva decretada pela 1ª Vara Criminal de Avaré. Ela
é considerada foragida da Justiça.
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Segundo a Polícia Civil, a suspeita operava em um escritório no Centro de Avaré,
oferecendo serviços jurídicos variados, como aposentadorias, inventários, ações
trabalhistas e regularização de documentos.
Apresentando-se como advogada experiente, ela conquistava a confiança de pessoas
em situações vulneráveis, incluindo idosos, trabalhadores e empresários locais.
Os investigadores acreditam que os prejuízos causados pela falsa advogada podem
ser ainda maiores do que os R$ 210 mil já identificados.
DIFERENTES VÍTIMAS
Entre os casos apurados, um idoso com deficiência cognitiva perdeu cerca de R$
57 mil. A falsa advogada teria utilizado a conta bancária da vítima para pagar
despesas pessoais e fazer transferências para terceiros. Em outra situação, uma
comerciante que procurou a investigada para resolver questões previdenciárias
sofreu um prejuízo superior a R$ 12 mil.
Outro caso de destaque envolve uma moradora do Canadá, que contratou a
investigada para conduzir o inventário de sua mãe, morta no Brasil. A vítima
enviou diversas transferências bancárias, totalizando mais de R$ 8 mil,
acreditando que a falsa advogada estava cuidando do processo. Somente após meses
sem respostas concretas, descobriu que nenhum procedimento havia sido iniciado.
Também foi identificado o caso de um homem preso que contratou a investigada
para representá-lo em uma ação criminal. A família da vítima pagou cerca de R$
7,2 mil à falsa advogada, acreditando que ela cuidaria do caso. No entanto,
descobriu-se, posteriormente, que os serviços contratados não foram realizados.
O preso foi representado em uma audiência por um advogado indicado pela
investigada, mas o descaso com o processo prejudicou sua situação judicial,
segundo apurou a investigação.
PAGAMENTOS ANTECIPADOS
Conforme a polícia, os relatos das vítimas apontam que a investigada exigia
pagamentos antecipados, justificando que seriam destinados ao pagamento de
custas processuais e honorários advocatícios. No entanto, os processos
prometidos nunca foram iniciados.
Muitas vítimas descobriram o golpe apenas ao consultar órgãos como o INSS e o
Tribunal de Justiça, que confirmaram a inexistência de qualquer ação em seus
nomes.
Durante o cumprimento de mandados de busca, a Polícia Civil apreendeu
documentos, dispositivos eletrônicos e cópias de documentos pessoais de diversas
vítimas. De acordo com os investigadores, esses materiais reforçam as evidências
do esquema fraudulento, que era sustentado por contratos falsificados e
mensagens que aparentavam profissionalismo.
A investigada também utilizava indevidamente os documentos das vítimas para
movimentações financeiras, ampliando os prejuízos. Além disso, fazia promessas
vazias e criava contratos fraudulentos para ganhar tempo e dificultar a
descoberta do golpe.
Diante das evidências reunidas, a Polícia Civil representou pela prisão
preventiva da investigada, considerando a gravidade dos crimes e o risco de
continuidade das fraudes. A 1ª Vara Criminal de Avaré acatou o pedido, e o
mandado foi expedido no fim de novembro de 2024.