A expectativa de vida do brasileiro aumentou para 76,4 anos em 2023, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicados no dia 29 de novembro. Esses números são referentes à média de ambos os sexos e indicam uma retomada na alta da expectativa de vida desde a pandemia da Covid-19. Antes da crise da Covid-19, a expectativa de vida era de 76,2 anos.
No entanto, com o início da pandemia em 2020, esse número caiu para 74,8 anos. No ano seguinte, houve outra queda, chegando a 72,8 anos. Com o fim da pandemia, a expectativa de vida subiu para 75,5 anos em 2022, mas ainda se mantinha abaixo do índice pré-pandemia. Os dados da Tábua de Mortalidade de 2023 mostram um acréscimo de 11,3 meses em relação ao ano anterior.
Para os homens, a expectativa de vida aumentou de 72,1 anos para 73,1 anos, um crescimento de 12,4 meses. Já entre as mulheres, a expectativa passou de 78,8 anos para 79,7 anos, um aumento de cerca de 10,5 meses. Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, explicou que a elevação do número de mortes no Brasil e no mundo com a pandemia de coronavírus reduziu a esperança de vida ao nascer em 2020 e 2021, chegando ao patamar de 72,8 anos nesse último ano.
A recuperação desse indicador a partir de 2022 reflete a redução do excesso de mortes causado pela pandemia, para ambos os sexos. Historicamente, houve significativos avanços na expectativa de vida no Brasil. Em 1940, a média era de apenas 45,5 anos. Desde então, houve um salto de 30,9 anos, com avanços de 30,2 anos para homens e 31,4 anos para mulheres.
Além disso, a taxa de mortalidade infantil caiu drasticamente, passando de 146,6 óbitos a cada mil nascimentos em 1940 para 12,5 em 2023, uma redução de 91,5%. A mortalidade na infância (crianças menores de 5 anos) também diminuiu significativamente, passando de 212,1 por mil nascimentos em 1940 para 14,7 em 2023.
Para os idosos, a longevidade também apresentou avanços, com uma pessoa de 60 anos esperando viver mais 22,5 anos em 2023, sendo 20,7 anos para homens e 24,0 anos para mulheres. A sobremortalidade masculina, que reflete o maior risco de morte para homens jovens devido a causas externas como homicídios e acidentes, mantém-se elevada.
Em 2023, um homem de 20 anos tinha 4,1 vezes mais chance de morrer antes dos 25 anos em comparação com uma mulher na mesma faixa etária.