DE Congonhas segue com filas após temporal em SP: mais de 100 voos cancelados

O DE segue com filas 24 horas após temporal em SP

Desde quinta foram cancelados 115 voos. Concessionária diz que pousos e decolagens ocorrem normalmente na tarde desta sexta.

Mais de 24 horas após o temporal que atingiu a cidade de São Paulo na tarde da quinta-feira (29), que causou uma série de cancelamentos no Aeroporto DE Congonhas, passageiros ainda enfrentam longas filas para tentar remarcar o embarque.

São 115 voos cancelados: 72 na quinta e 43 nesta sexta-feira.

Nos guichês das companhias, há longas filas para conseguir remarcar, ter informações sobre voos cancelados e até mesmo filas para quem está com o voo mantido.

Em entrevista à GloboNews, passageiros impactados pelos cancelamentos reclamaram da falta de informação e suporte por parte das companhias aéreas.

“Eu estou indo para Florianópolis, deveria ter embarcado às 14h, mas o voo foi cancelado. Eles simplesmente mandaram um email dizendo que o voo será remarcado para amanhã, no final da tarde, mas nos deixam completamente desassistidos”, afirmou um passageiro.

Além dos cancelamentos, passageiros também relatam que não conseguiram contato com as companhias para serem realocados em um hotel. De quinta para esta sexta, alguns deles passaram a noite no aeroporto.

Companhias solicitaram à administração que o local permanecesse aberto por mais tempo na quinta. Ele ficou liberado para voos até a meia-noite. Normalmente, Congonhas funciona das 6h às 23h.

De acordo com a concessionária Aena, que administra o terminal, os cancelamentos foram causados por conta das “condições meteorológicas do final da tarde de quinta-feira e por ajuste de malha das companhias aéreas”.

RUMO À LIBERTADORES

O militar Iuri Santana está viajando com o pai rumo a Buenos Aires, na Argentina, para assistir à final do campeonato Libertadores, entre Atlético Mineiro e Botafogo, que acontece neste sábado (30). Na manhã desta sexta, eles deveriam ter embarcado para Foz do Iguaçu pela Latam, mas o voo foi cancelado.

Como alternativa, a companhia aérea ofereceu um voo para Foz na manhã de sábado. Porém, dessa forma, o rapaz não chegaria a tempo de ver a partida, já que o trecho seguinte da viagem até Buenos Aires, comprado de outra empresa, tem duração de 16h.

“Pô, o Botafogo nunca chegou na final da Libertadores, 30 anos esperando, e acontece essa palhaçada. É sacanagem”, disse o torcedor.

Iuri relatou que a Latam não o procurou para oferecer vouchers de alimentação nem hospedagem, já que o voo ofertado seria para o dia seguinte. “Eles não falaram nada, não entraram em contato. Estamos largados aqui”, relatou o rapaz.

Por nota, a Latam afirmou que está prestando a assistência necessária aos passageiros afetados, que estão sendo realocados para outros voos. Recomendou ainda que esses clientes consultem a situação de seus voos na página “minhas viagens”, no site da companhia.

8 HORAS DE PÉ

A representante comercial Vitória Correia está voltando de uma viagem com a família para Porto Seguro e teve seu voo com destino a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, cancelado na noite de quinta.

Segundo ela, a Gol chegou a oferecer hospedagem para os primeiros passageiros que tiveram voos cancelados, mas, logo, as vagas nos hotéis indicados se esgotaram. Idosos, crianças e adultos passaram a noite numa fila para conseguir remarcar suas passagens no guichê da companhia aérea.

“A gente ficou nessa fila quase 8 horas. Tinha mais de 300 pessoas na fila e às vezes ficava só uma pessoa atendendo”, relatou. “Eles (cia aérea) falaram ‘ah, se vocês quiserem sair pra procurar hotel…’, mas como é que a gente, que nunca veio pra cá, ia sair 4h da manhã para procurar um hotel, sem conhecer nada”.

A moça contou que todos da sua família chegaram a receber vouchers de R$ 45 para se alimentar no aeroporto. Na lanchonete em frente ao guichê da Gol, um salgado custa R$ 22 e uma garrafa d’água R$ 15.

Por nota, a Gol informou que “os clientes impactados estão recebendo as tratativas previstas pela resolução 400 da ANAC, com reacomodação nos próximos voos disponíveis”. Disse ainda que as medidas tomadas visam a segurança, “valor número 1 da companhia”.

VOLTA AO LAR

O administrador de empresa Nivaldo Júnior tentava voltar para sua casa em Curitiba, no Paraná, mas teve dois voos cancelados e não conseguiu embarcar na manhã desta sexta.

O catarinense, que havia saído do Espírito Santo, chegou ao Aeroporto DE Congonhas às 18h45 de quinta-feira. O voo que estava marcado para aquela noite foi cancelado e o passageiro, redirecionado para o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, onde aguardou até o início da madrugada, até que foi levado para um hotel na Zona Oeste da capital.

O novo voo, que estava marcado para às 7h desta sexta, também foi cancelado. E a opção apresentada pela companhia aérea foi de um embarque na manhã de sábado (30), o qual foi antecipado para o fim desta tarde, após uma conversa entre o passageiro e a empresa.

“Nosso sentimento, na verdade, é que você não tem direito a nada. Você vai falar com as pessoas, elas não resolvem o teu problema, não te dão uma indicação do que deve ser feito. Você é tratado simplesmente como um número, não um cidadão, um ser humano”, disse Nivaldo.

Ele contou que também recebeu um voucher de R$ 45 para alimentação.

TEMPORAL EM SP

Na quinta, a capital paulista ficou em estado de atenção para alagamentos entre 16h20 e 18h, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo.

Por conta da chuva, houve queda de energia. Às 17h, eram 85.381 imóveis sem luz, cerca de 30 minutos depois, o número aumentou para 130 mil. Conforme as equipes da Enel foram trabalhando para o restabelecimento, o número de imóveis no escuro foi caindo. Às 20h30, eram 100.477. Por volta das 7h desta sexta, 27 mil imóveis ainda estavam sem luz.

Em nota, a concessionária Enel informou que “as regiões mais afetadas no momento foram Oeste e Sul. A distribuidora acionou antecipadamente o plano de operação, com mobilização adicional das equipes em campo que seguem trabalhando para restabelecer a energia para os clientes que tiveram o serviço afetado”.

Conforme o Corpo de Bombeiros, a capital e a região metropolitana registraram 33 chamados para quedas de árvores, seis para alagamentos e dois para desabamento ou desmoronamento. Segundo a corporação, não houve vítimas.

A região mais atingida foi a Zona Sul da capital. No Campo Limpo, um motociclista quase foi arrastado pela enxurrada enquanto tentava segurar sua moto. A ação foi gravada por uma moradora. Ele consegue pegar o veículo com a ajuda de outro homem.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Defesa de Ludmilla recorre da absolvição de Marcão do Povo em caso de racismo

A defesa de Ludmilla recorrerá da absolvição de Marcão do Povo em um caso de racismo, após o apresentador chamar a cantora de ‘pobre macaca’. No ano passado, Marcão foi condenado a 1 ano e 4 meses de prisão em regime aberto, além de ser obrigado a pagar uma indenização de R$ 30 mil à cantora. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reverteu a decisão na semana passada.

A decisão de absolver Marcão do Povo foi assinada pela ministra Daniela Teixeira e a defesa de Ludmilla, representada pelos advogados Rafael Vieites, Felipe Rei e Bernardo Braga, já afirmou que irá recorrer. A condenação inicial foi realizada pela 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, após um recurso apresentado pela defesa da cantora.

Os advogados de Ludmilla confiam que o colegiado do STJ reverterá a decisão, considerando a conduta do acusado como criminosa e preconceituosa. Eles acreditam que esta é uma importante luta contra o racismo no país e não podem permitir um retrocesso nessa questão. Entre as punições previstas estavam prestação de serviços comunitários e pagamento de valores a instituições sociais.

Marcão do Povo foi acusado pelo Ministério Público do DF por injúria racial após o episódio em que chamou Ludmilla de ‘pobre macaca’ em 2017. Apesar de ter sido absolvido pela 3ª Vara Criminal em primeira instância em março deste ano, a defesa da cantora continuará lutando por justiça. Nas redes sociais, Ludmilla agradeceu o apoio do público e reafirmou sua determinação em não desistir dessa luta.

A atitude de Marcão do Povo gerou revolta e mobilizou não só os fãs da cantora, mas também diversos movimentos e organizações de combate ao racismo. A discussão sobre a importância de combater o preconceito racial e garantir a igualdade de tratamento para todos continua sendo um tema relevante e urgente em nossa sociedade. A esperança é de que a justiça seja feita e que casos como esse sirvam de alerta para que atos de discriminação não sejam tolerados.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp