Desde 2021, o estado de Goiás tem uma média de 1,6 mil órfãos por ano, de acordo com um levantamento recente realizado pelos Cartórios de Registro Civil do país. Nos últimos quatro anos, 6.553 crianças e adolescentes de até 17 anos perderam um dos pais ou até mesmo ambos. A pandemia de Covid-19 e doenças relacionadas a ela contribuíram para a triste estatística, deixando 1.243 órfãos apenas no estado de Goiás.
O estudo, que pela primeira vez teve um recorte específico para os números do estado, revelou a realidade preocupante dessas crianças e adolescentes. Evelyn Valente, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais de Goiás (Arpen-GO), ressaltou a importância dos dados para o estabelecimento de políticas públicas voltadas para esses jovens que enfrentam a perda dos pais em Goiás.
Diante desse cenário, o conselheiro tutelar Elizio Alfenas destacou a responsabilidade do poder público em oferecer prioridade em serviços públicos e acolhimento familiar para os órfãos, além do suporte necessário em centros de assistência social, quando preciso. Ele também ressaltou que os órfãos em situação de vulnerabilidade social têm direito a receber um benefício financeiro mensal, conforme o programa de assistência social ao qual se enquadram.
Em casos de órfãos desamparados pela família extensa, Elizio explicou que o acolhimento institucional se torna necessário. A conscientização da sociedade sobre a importância de cuidar e zelar pelos órfãos é fundamental, como ressalta o conselheiro tutelar, apontando para a responsabilidade de todos em garantir a integridade e cuidado dessas crianças e adolescentes, conforme o artigo 4 do ECA.
A pandemia de covid-19 teve um impacto significativo nesse contexto, sendo responsável por um terço do número de crianças e adolescentes que se tornaram órfãos em 2021. Além disso, quando consideradas as mortes relacionadas à doença, como a SRAG e insuficiência respiratória, o número de órfãos em Goiás chega a 1.243. É crucial que a sociedade se sensibilize e se mobilize para apoiar esses jovens que enfrentam o desafio da orfandade.
Portanto, é fundamental que haja políticas públicas e ações efetivas para apoiar e proteger as crianças e adolescentes órfãos em Goiás, garantindo-lhes um futuro digno e a oportunidade de serem acolhidos e amparados em um ambiente seguro e acolhedor. A conscientização e mobilização de todos são essenciais para assegurar o bem-estar e os direitos desses jovens que enfrentam uma realidade tão delicada e desafiadora.