5 Fatores que Explicam o Fracasso da Tentativa de Golpe para Manter Bolsonaro no Poder

A Polícia Federal (PF) revelou, no relatório final de sua investigação sobre a tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, que a recusa dos comandantes do Exército e da Aeronáutica em ceder à pressão golpista foi uma das razões principais para o fracasso do plano. O general Marco Antonio Freire Gomes, comandante do Exército, e o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica, não deram suporte necessário para que o esquema prosseguisse.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil destacam que, além dessa falta de apoio nas Forças Armadas, outros fatores também contribuíram para enfraquecer a tentativa de golpear o processo democrático e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente, em janeiro de 2023.

  1. Ausência de Apoio da Sociedade Civil e das Elites A pesquisadora Adriana Marques, professora da UFRJ, explica que a falta de mobilização popular e apoio de grandes setores da sociedade civil foi decisiva para a falha do golpe. Ela destaca a mobilização em defesa da democracia, com manifestos assinados por juristas, acadêmicos, empresários e entidades como a Fiesp e Greenpeace. Esses movimentos evidenciaram o compromisso com o Estado democrático de direito, afastando a possibilidade de uma ruptura.

    Claudio Couto, cientista político da FGV, ressalta que, ao contrário de 1964, quando empresários e parte da imprensa apoiaram o golpe, em 2022 o apoio institucional foi restrito, com poucos empresários e políticos endossando a movimentação golpista.

  2. Pressão Internacional Contra o Golpe Outro fator que impediu o sucesso da tentativa de golpe foi a postura firme dos Estados Unidos, que, ao contrário de 1964, não apenas se opuseram a qualquer subversão do resultado eleitoral, como também demonstraram apoio público ao processo democrático brasileiro. Washington alertou as autoridades brasileiras sobre as consequências de uma ruptura e fez várias declarações de apoio ao sistema eleitoral do país. Essa pressão internacional foi importante para deslegitimar qualquer tentativa de golpe, já que o Brasil é um aliado estratégico dos EUA, especialmente no âmbito militar e comercial.
  3. Reação da Classe Política e dos Atores Institucionais A classe política e as instituições também desempenharam um papel fundamental ao impedir o golpe. Diferentemente do golpe de 1964, quando houve apoio de figuras políticas, em 2022 não havia consenso sobre a ação golpista. Importantes lideranças políticas, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, reconheceram rapidamente a vitória de Lula, sinalizando ao país a legalidade do processo eleitoral. O Judiciário também se posicionou ativamente contra as tentativas de questionamento do resultado, demonstrando que não haveria tolerância com a subversão democrática.
  4. Falta de Apoio Militar A recusa de figuras chave nas Forças Armadas em apoiar o golpe reflete um temor entre os militares de que um regime autoritário não teria sustentação sem o respaldo da sociedade e da comunidade internacional. O general Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Baptista Junior estavam entre os que se opuseram à movimentação golpista, considerando que um golpe poderia resultar em um regime fragilizado e isolado. Muitos temiam que um regime sem controles e sem apoio internacional fosse insustentável a longo prazo.
  5. Desatualização do Modelo Clássico de Golpe Leonardo Avritzer, cientista político da UFMG, aponta que o golpe clássico, com uma ruptura abrupta da ordem política, está em decadência no cenário mundial. Hoje, os golpes são mais sutis, muitas vezes envolvendo manipulação das instituições e das eleições. No entanto, apesar de a possibilidade de uma ruptura violenta ser menor, a ameaça ainda existe. A tentativa frustrada de golpe no Peru em 2022 também serviu como um alerta para Bolsonaro e seus aliados, que perceberam os riscos de seguir adiante com o plano.

Em resumo, a tentativa de golpe que visava manter Bolsonaro no poder falhou devido à falta de apoio tanto dentro quanto fora do Brasil, além de uma postura firme de atores políticos e militares que garantiram a continuidade da democracia.

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Governo lança Operação Natal Seguro no Transporte Público

A Secretaria-Geral de Governo (SGG) e a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) lançam, nesta quinta-feira, 05, às 9h30, no Terminal Isidória, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, a Operação Natal Seguro no Transporte Público.

O objetivo é intensificar o policiamento no interior e nas proximidades dos 13 terminais e 50 estações do transporte coletivo (sistema BRT Norte/Sul e Leste/Oeste), em Goiânia.

A ação é uma parceria entre a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM/GO), a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) e a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC).

Coletiva de imprensa

Será concedida uma entrevista coletiva à imprensa no local, com a participação do secretário-geral de Governo e presidente da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), Adriano da Rocha Lima, o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Murilo Ulhôa, o diretor de Transportes do Redemob Consórcio, Cézane Siqueira, e os comandantes do Comando de Policiamento da Capital, Cel. Pedro Henrique Batista Alves de Paiva, e do Batalhão de Terminais, o Ten. Cel. Johnathan Tarley Rodrigues.

O evento contará com a presença de mais de 100 policiais e diversas viaturas de diversas tropas, incluindo batalhões especializados como as Rotam, Giro e Patrulha Maria da Penha.

Após o fim da coletiva, os policiais sairão em comboio descendo pela Rua 90, passando pela Praça Cívica, seguindo pelas Avenidas Araguaia e Anhanguera até chegar ao Terminal da Praça A, ponto de maior concentração de compras de Goiânia no período de festas.

Natal Seguro no Transporte Público

O efetivo responsável pela segurança nos terminais será ampliado em mais de 100% para garantir a segurança da população neste período de festividades de fim de ano, quando há uma maior movimentação e o comércio se aquece com as compras de Natal e Ano Novo.

A intenção é agir de forma preventiva e reduzir os índices de criminalidade.

Goiânia é a única capital do país que conta com um batalhão especializado para garantir a segurança nos terminais do transporte, e a tropa alcançou resultados significativos, com uma queda de 67% no número de furtos e 57% no quantitativo de roubos registrados ao longo deste ano em comparação a 2023.

Segurança

Diariamente, mais de 500 mil pessoas embarcam e desembarcam nos veículos do transporte coletivo em Goiânia e Região Metropolitana. O Governo de Goiás está comprometido em oferecer segurança aos usuários do transporte coletivo.

Além do reforço no policiamento, os passageiros podem contar com 1173 câmeras de monitoramento instaladas nos terminais, todas interligadas à central monitorada pela Secretaria de Segurança Pública.

Além disso, outra preocupação é com a segurança das mulheres, que podem acionar o aplicativo Mulher Segura para fazer denúncias caso sejam vítimas de crimes, como por exemplo o assédio sexual, dentro dos terminais ou no trajeto percorrido pelos ônibus.

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