Plano hidroviário de São Paulo: 148 km navegáveis por R$ 8,5 bi

Plano hidroviário prevê 148 km navegáveis em São Paulo por R$ 8,5 bi

Plano hidroviário de São Paulo pretende tornar navegáveis 148 km de rios e represas de São Paulo, ao custo de R$ 8,5 bilhões

São Paulo — O plano hidroviário [https://www.de/sao-paulo/audiencia-na-camara-de-sp-discute-uso-de-rios-como-hidrovias] de São Paulo [https://www.de/sao-paulo] prevê 148 km navegáveis por rios, córregos e represas que, em grande parte, são vistos hoje pela população como lugares malcheirosos e por onde a vida passa ao lado em grande avenidas e marginais, em um cenário nada amigável. Para tirar tudo do campo das ideias, serão necessários R$ 8,5 bilhões.

De forma geral, o plano prevê a instalação de 40 ecoportos pelos cursos d’água da capital paulista [https://capital.sp.gov.br/]. Entretanto, o cronograma estimado é relativamente longo. No caso das represas Billings, onde já existe o Aquático SP, e Guarapiranga, as hidrovias deverão estar consolidadas até 2031. Depois, o Rio Pinheiros, entre 2032 e 2034.

Imagem mostra mapa de rios e represas – Metrópoles
[https://uploads.metroimg.com/wp-content/uploads/2024/11/29202714/planhidroEstac%CC%A7o%CC%83es.jpg]Mapa com futuros ecoportos em rios e represas de São Paulo

A expectativa é a de que 71 barcos de passageiros circulem pelas hidrovias, que devem promover o embarque e desembarque principalmente nas proximidades de grandes estações de trem e metrô. No caso do Rio Pinheiros, por exemplo, ecoportos estarão integrados a estações como Santo Amaro, Pinheiros e Jaguaré — eles terão nomes dos afluentes mais próximos.

No Rio Tietê, as paradas deverão ficar sob as pontes. Hoje, é algo inimaginável, ainda mais quando se pensa na dificuldade que pedestres e ciclistas têm até mesmo para cruzar o rio de um lado para outro, se arriscando nas alças da marginal.

Embora toda a cidade venha a sentir os benefícios do aproveitamento de rios e represas, o impacto deverá ser mais perceptível nas proximidades dos cursos d’água. Baseado em dados do censo de 2022, o plano estima que 1,9 milhão de pessoas vivam a até um

DRAGAGEM E TRANSPORTE

Um dos principais desafios para tornar os rios Pinheiros e Tietê mais navegáveis é a profundidade, especialmente no caso do segundo em seu trecho central. Dos R$ 8,5 bilhões previstos, serão gastos R$ 1,4 bilhões com a dragagem.

Embora transporte de passageiros seja uma iniciativa que chame a atenção pelo inusitado, principalmente quando se sente hoje o mau-cheiro que vem dos rios e a falta de beleza de margens concretadas em tantos pontos, o transporte de carga é bastante destacado no plano.

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Barco Aquático SP na Represa Billings, em São Paulo
Córrego no Jardim Eliana, na região do Grajaú, na zona sul de São Paulo
Parque ao lado da Represa Billings, na zona sul de São Paulo
Represa Billings na região do Cantinho do Céu, no Grajaú, em São Paulo
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Represa Billings na região do Cantinho do Céu, no Grajaú, em São Paulo
Barco Aquático SP na Represa Billings, em São Paulo
Córrego no Jardim Eliana, na região do Grajaú, na zona sul de São Paulo
Parque ao lado da Represa Billings, na zona sul de São Paulo
Represa Billings na região do Cantinho do Céu, no Grajaú, em São Paulo

Para cruzar os rios, uma grande embarcação urbana de carga, de 54 metros de largura por 8 de comprimento, precisaria de uma lâmina d’água (distância entre a superfície e o fundo do rio) de 2,3 metros. Em boa parte do Tietê, seria necessário fazer uma dragagem capaz de aumentar a profundidade em ao menos 2 metros. Não por acaso, o plano estima que a consolidação da hidrovia no local se dê somente entre 2034 e 2036.

Mas há cenários mais promissores, caso a navegação seja feita por embarcações menores e em trechos mais profundos, como a parte superior do Pinheiros, que vai desde as represas Billings e Guarapiranga até a Usina de Traição, nas proximidades Vila Olímpia. Nesse trecho, é possível obter uma lâmina d’água de 1,2 metro dragando apenas 20 cm.

Se os rios forem dragados para que se atinja uma lâmina d’água de 2,30 metros, um único barco urbano de carga (BUC) de 27 metros de comprimento por 6 metros de largura pode tirar das ruas até 10 caminhões (140 toneladas). A proposta é que sejam utilizados 60 barcos.

Não está prevista a participação de embarcações privadas ao longo dos cursos d’água. Ou seja, uma lancha ou “voadeira” particular não poderão cruzar os rios, segundo o projeto inicial. Somente barcos públicos serão permitidos.

DESAFIOS

O projeto prevê duas barragens em cada afluente dos principais rios da capital paulista como forma de evitar que os resíduos cheguem até os canais.

Há muitos desafios. A cada ano, são depositados 2,8 milhões de metros cúbicos (1.120 piscinas olímpicas) de sedimentos em córregos, rios e represas da capital paulista.

Não são só os aspectos relacionados à mobilidade urbana e logística que estão presentes no PlanHidro. O projeto também é repleto de referências à construção de parques e recuperação de margens dos rios. Lazer e prática esportiva estão contemplados nas propostas.

O plano envolve 18 órgãos da Prefeitura de São Paulo, em diversas áreas de atuação.

DÚVIDAS

Na última semana, durante uma audiência pública realizada em Pinheiros, representantes da sociedade civil apontaram que, caso os barcos sejam movidos a diesel, os benefícios ambientais não serão completos. A expectativa é de que sejam barcos com motores elétricos. Atualmente, 61% das emissões de gases estufa na cidade são decorrentes dos transportes.

Outras questões foram levantadas também, como a necessidade de melhorar a segurança no entorno de futuros portos, com a participação, por exemplo, da Guarda Civil Metropolitana.

A população também apontou problemas existentes hoje e, em um primeiro momento, de difícil solução, como o mau cheiro nas proximidades de lugares como a Avenida Mar Paulista, onde está o porto do AquáticoSP. Durante a semana, o o presidente da SP Urbanismo, Pedro Fernandes, afirmou que o conceito do plano passa por “navegar para limpar”, não o contrário.

Outra questão diz respeito à dificuldade de encontrar mão-de-obra especializada tanto na operação quanto na manutenção dos barcos. O último problema é visto como uma oportunidade para a criação de centros de formação e geração de emprego na cidade.

O PlanHidro parece tão surreal que, em tom de brincadeira, parte do pessoal que esteve presente no Hub Green Sampa, na última semana, se considerou louco por acreditar que é possível mudar a relação da capital paulista com seus cursos d’água. Não é sem razão. São Paulo é uma cidade que enterrou seus rios e, não satisfeita em matar suas margens, construiu avenidas até sobre eles. Um exemplo é o Tamanduateí que, pelo PlanHidro, talvez volte a ganhar a luz do dia em certos pontos até 2054, quando a cidade completará 500 anos.

O plano ainda está na fase da consulta pública, que terminaria neste domingo (1º/12), mas será prorrogada até 22 de dezembro. A população pode apresentar ideias e sugestões pela internet, após a realização de audiências públicas presenciais no último mês.

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Pai de jovem morta em acidente no Entorno faz emocionante homenagem: “Te amarei eternamente”

Pai de jovem morta em acidente no Entorno: “Te amarei eternamente”

Pai de Graziela Damasceno, uma das cinco pessoas que morreram em acidente no DE, compartilhou um vídeo em homenagem a jovem

O pai de Graziela Damasceno Teixeira dos Santos, uma das cinco pessoas que morreram em um grave acidente no DE do Distrito Federal, compartilhou um vídeo em homenagem à jovem, nessa quarta-feira (25/12). “Te amarei eternamente, filha”, afirmou José Santana, em uma postagem nas redes sociais.

Veja a homenagem:

Entre as cinco pessoas que morreram, havia um casal de namorados e estudantes da Universidade Federal de Catalão (GO). Lucas Gabriel da Costa Rodrigues e Graziela Damasceno Teixeira dos Santos estavam no carro que perdeu o controle e bateu contra um caminhão.

Além deles, Elias Rodrigues de Oliveira, que dirigia o veículo, Carlos José da Silva e Izaias Rodrigues de Oliveira estavam no automóvel e morreram no local.

O acidente ocorreu na GO-346, na segunda-feira (23/12), por volta das 17h, na altura do Km-020 da rodovia, entre os municípios goianos de Formosa e Cabeceiras.

Graziela era estudante de psicologia, e Lucas, de história. A universidade publicou nota de pesar após a morte dos jovens. “A Reitoria da UFCAT se solidariza com os amigos e familiares, bem como com os (as) professores (as), técnicos (as) e estudantes do Instituto de História e Ciências Sociais e do Instituto de Biotecnologia neste momento de dor.”

SOBRE O ACIDENTE

O motorista do Chevrolet Corsa cinza envolvido na ocorrência teria perdido o controle da direção após o pneu traseiro do carro estourar, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO).

O automóvel, então, rodou na pista e se chocou contra o caminhão, que havia saído de Buritis (MG) e seguia rumo a Brasília (DF). Todos os cinco ocupantes do Corsa morreram na hora.

As vítimas apresentavam politraumatismo, de acordo com o CBMGO, e estavam presas às ferragens do veículo. Os militares precisaram usar um desencarcerador para retirá-las do carro.

O condutor da carreta não se feriu e passou pelo teste do bafômetro, que não constatou ingestão prévia de álcool. Os corpos das vítimas foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Formosa.

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