Família de jovem encontrada morta na Bahia cinco dias após casar com PM cobra justiça: ‘Muita dor’
Gleicy da Silva Bonfim, de 26 anos, foi sepultada nesta segunda-feira (16), em Salvador. Marido suspeito é investigado pela polícia.
Crimes de tentativa de feminicídio crescem 20% na Bahia
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A família da vendedora autônoma que foi encontrada morta cinco dias após se casar com um soldado da Polícia Militar (PM), em Salvador, cobra justiça pela vítima. Eles acreditam que o marido da jovem é o responsável pelo crime. O caso é apurado pela Polícia Civil (PC).
O corpo de Gleicy da Silva Bonfim, de 26 anos, foi sepultado nesta segunda-feira (16), no cemitério Memorial Ordem Primeira de São Francisco, no bairro Cidade Nova, na capital baiana. A cerimônia aconteceu sob forte comoção de familiares e amigos.
> “É uma cena muito difícil para a gente. Esse momento é de muita dor, muita tristeza. Ela era uma pessoa maravilhosa, não tinha raiva de ninguém. Era uma pessoa dada, muito alegre. A gente está aqui pedindo justiça”, disse Vera Lúcia Barreto, tia da jovem, em entrevista à TV Bahia.
O crime aconteceu no domingo (15), dentro da casa onde a jovem morava, no bairro de Bonfim. O corpo dela tinha marca de tiro. A arma usada para o crime, no entanto, só foi apreendida horas depois, após ser entregue por policiais militares.
Em nota, a PC afirmou que não descarta a possibilidade de feminicídio justamente porque “a arma utilizada não foi encontrada no local do crime”.
Procurada pela TV Bahia, a PM disse, em nota, que a ocorrência foi atendida por agentes da 17ª Companhia Independente (CIPM/Uruguai), que apreenderam duas armas no local do crime: uma pistola de uso particular do policial e outra pertencente à corporação. Mas o texto não indica onde ocorreram essas apreensões.
No momento, a PC ouve testemunhas e faz investigações para esclarecer a morte da jovem.
CASO
Mulher de 26 anos é morta cinco dias após casamento em Salvador
A vítima morava em um condomínio na Rua Guilherme Marback, no bairro do Bonfim. O corpo de Gleicy foi deixado em cima de um colchão.
A reportagem da TV Bahia observou que o imóvel estava revirado, com o vidro de um espelho quebrado, estilhaços de copos no chão e muita bagunça. A certidão de casamento de Gleicy também foi rasgada.
A jovem havia formalizado a união com um soldado da Polícia Militar na última semana. Os dois estavam juntos há cerca de dois anos.
De acordo com parentes dela, o agente não prestou socorro à esposa. Antes da morte, a mãe do PM, o irmão gêmeo e o filho dele — um menino de 5 anos, fruto de uma relação anterior — também estavam no local. Após o óbito, todos deixaram a casa. O policial teria levado a arma, munição e o celular da jovem.
NÚMEROS DE FEMINICÍDIO NA BAHIA
Apesar dos casos registrados recentemente, até 11 de dezembro deste ano, os números de feminicídio na Bahia tiveram redução de quase 10% quando comparados com o mesmo período do ano passado. Em 2023, foram 102, contra 92 de 2024.
Já os casos de tentativa de feminicídio registraram um aumento de 20%, também em relação ao mesmo período do ano passado. Eram 173 casos. Já em 2024, o número chegou a 208.
> “Nenhum aumento é tecnicamente positivo. Significa que, de alguma forma, essa disfuncionalidade da família tem se tornado maior. Mas quando a gente fala de um trabalho que toda uma rede de proteção faz para que a mulher denuncie, significa que as mulheres estão sendo encorajada a nos procurar”, pontuou Patrícia Barreto, diretora do Departamento de Proteção à Mulher.
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