Agenda da isenção do IR fica para 2025, foco é na revisão de gastos públicos

Nº 2 da Fazenda confirma: debate sobre isenção do IR fica para 2025

O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a missão principal do governo federal para 2024 é a revisão de gastos públicos

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou, nesta segunda-feira (2/12), que a agenda que tratará da isenção do Imposto de Renda ficará para 2025. Segundo ele, o foco para este ano estará sobre a revisão de gastos públicos.

“A agenda do Imposto de Renda vem no ano que vem. Esse ano a gente precisa focar na agenda de despesa”, confirmou Durigan no 2° Fórum Político da XP Investimentos, em São Paulo.

Durigan reforçou que o Executivo e Legislativo discutem a pauta da reforma da renda no próximo ano “com o nosso compromisso do governo de apresentar ajuste de Imposto de Renda da pessoa jurídica e fazer uma ampla discussão nacional, que não é para ser feita em um mês, dois meses, ela vai tomar pelo menos o primeiro semestre do ano que vem, senão mais”.

“Esse ano o foco todo é fazer a revisão do gasto”, acrescentando que há um compromisso “muito sério” dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para avançar com a pauta.

Segundo ele, é “inegociável” para o Ministério da Fazenda discutir a isenção do Imposto de Renda para quem recebe R$ 5 mil por mês “sem compensação”. Embora tenha dito isso, ele frisou que “não é um debate para agora”.

ANO DA REVISÃO DE GASTOS

Durante o evento, o braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expôs que a equipe econômica deseja que 2024 fique marcado como o ano da revisão de gastos do governo federal.

Na semana passada, integrantes do governo Lula (PT) detalharam as medidas de contenção das despesas da União. Segundo as estimativas, R$ 327 bilhões serão economizados nos próximos cinco anos, e R$ 71,9 bilhões já em 2025 e 2026.

O governo demorou quase um mês para anunciar o pacote de ações. Contudo, para Durigan, esse tempo foi necessário para conversar com todos os ministérios envolvidos, o que deu “legitimidade política” para as medidas serem aprovadas.

De acordo com ele, a revisão de gastos é “um gesto definitivo do presidente [Lula] de harmonizar as políticas sociais, que são fundamentais para a gestão dele, com a responsabilidade fiscal”. O secretário-executivo garantiu que o Brasil chegará em 2026 “com uma regra fiscal muito rígida e muito forte reforçada por essas medidas”.

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Morador de Rua Preso Há 1 Ano por 8 de Janeiro: PGR Pede Soltura

Morador de rua está preso há um ano por 8 de Janeiro e PGR pede soltura

Jeferson Franca da Costa Figueiredo é morador de rua e foi ao QG do Exército em busca de abrigo e comida

Um morador de rua está preso preventivamente há mais de um ano após ser acusado, sem provas concretas, de ter participado dos atos antidemocráticos do dia 8 de Janeiro.

Jeferson Franca da Costa Figueiredo, de 31 anos, é andarilho e foi preso, num primeiro momento, na manhã do dia 9 de janeiro de 2023, em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília.

Em depoimento, o morador de rua contou ter ido ao local na noite anterior para buscar abrigo e comida, após ter sido impedido de ficar em um shopping popular. Ele havia chegado em DE naquele domingo (8/1), de carona em um caminhão, e não tinha onde dormir, de acordo com a Defensoria Pública da União (DPU), que faz a defesa do denunciado.

Jeferson foi solto nove dias depois, em 18 de janeiro, mas retornou à prisão em dezembro após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Não há prova nos autos, contudo, de que Jeferson teria participado da depredação dos prédios públicos na Esplanada dos Ministérios, tampouco de que pedia golpe de Estado. Mesmo assim, ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em abril de 2023, pelos crimes de associação criminosa e incitação ao crime.

No último dia 16, porém, o Procurador-Geral da República Paulo Gonet mudou de opinião e se manifestou pela revogação da prisão preventiva do morador de rua.

O QUE A PGR DIZ SOBRE O MORADOR DE RUA

Para a PGR, os registros atestam que o denunciado, desde a adolescência, encontra-se em situação de rua e em posição de vulnerabilidade econômica. Jeferson possui registro no Cadastro Único (CadÚnico) na condição de morador de rua, recebe benefícios sociais e foi atendido em diversos centros de atendimento de pessoa de rua (Centro POP), segundo registros levantados pela DPU.

Diferentes instituições de assistência social também confirmaram que Jeferson é morador de rua.

“Não obstante à natureza multitudinária das infrações penais imputadas, o motivo preponderante do réu de comparecer ao acampamento para se alimentar, reforçado por seu contexto de vulnerabilidade social e pela inexistência de provas em contrário, impede a configuração do concurso de pessoais”, escreveu Gonet.

O procurador destacou também que não forma produzidos laudos ou elementos que indiquem a participação do acusado nos atos antidemocráticos, para além de sua permanência momentânea no acampamento.

“As circunstâncias delineadas não comprovaram, para além da dúvida razoável, que o denunciado tenha se aliado subjetivamente à multidão criminosa e somado seus esforços aos dos demais sujeitos, com a finalidade de consumar as figuras típicas imputadas e, efetivamente, concorrer para sua prática”, prosseguiu.

Em todos os depoimentos, Jeferson relatou que é morador de rua. Ele também explicou que retirou a tornozeleira eletrônica pois tinha dificuldade de obter trabalho, bem como de carregar o equipamento.

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