Denúncia de estampa racista gera repúdio e reflexões sobre responsabilidade social das empresas no Rio de Janeiro

O caso de uma estampa de roupa que gerou repúdio ao mostrar uma ilustração com a frase ‘Não se contamine!’ foi denunciado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pela vereadora Lívia Miranda (PCdoB) e pelo coordenador de Igualdade Racial de Petrópolis, Filipe Graciano. A estampa em questão causou indignação em entidades da região, que alegaram que a ilustração e a frase tinham uma conotação racista. A representação formalizada junto ao MPRJ também inclui notas de repúdio de cinco organizações que atuam na promoção da igualdade racial, evidenciando a gravidade do caso.

A estampa em questão traz a frase “Não se contamine!” acompanhada de uma ilustração que mostra mãos de cores diferentes se tocando. A denúncia feita ao MPRJ destaca que tal representação reforça preconceitos raciais e desrespeita princípios constitucionais como a dignidade humana, igualdade e respeito. Além disso, as entidades envolvidas no caso manifestaram sua revolta com a associação da cor da pele com a ideia de contaminação, considerando-a um insulto à luta histórica pela igualdade racial.

A empresária responsável pela criação da estampa se defendeu, alegando que a imagem da mão necrosada seria uma metáfora da contaminação espiritual e não teria a intenção de representar uma etnia específica. Ela reforçou que lamentava a interpretação equivocada da arte e qualquer sofrimento causado. A marca em questão também emitiu um pedido de desculpas nas redes sociais, reconhecendo o impacto negativo das ações e se comprometendo a retirar a estampa de circulação, revisar seus processos de criação e investir em conscientização para sua equipe.

O episódio gerou uma série de reflexões sobre a responsabilidade social das empresas em respeitar a dignidade humana e promover a inclusão, ao invés de disseminar preconceitos ou discriminação. A repercussão negativa do caso evidenciou a importância de abordar temas sensíveis com sensibilidade e respeito, especialmente em um contexto social onde a luta contra o racismo é uma pauta urgente e inadiável. O MPRJ aguarda retorno sobre o processo em curso, enquanto a comunidade local reafirma seu compromisso com a igualdade racial e o combate ao preconceito em todas as suas formas.

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MPF pede investigação e afastamento de agentes envolvidos em incidente com Juliana Rangel: caso reflete necessidade de mudanças na abordagem policial

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou uma investigação detalhada e o afastamento dos agentes envolvidos na ação que resultou no incidente em que Juliana Rangel, de 26 anos, foi baleada em uma rodovia federal, deixando-a em estado gravíssimo. A jovem continua internada e sua situação é considerada crítica. O MPF está intensificando seus esforços para garantir que os responsáveis sejam identificados e afastados de suas funções.

Durante a noite de 24 de dezembro, Juliana Rangel foi atingida por um disparo na cabeça enquanto deixava a Baixada Fluminense em direção a Niterói, para participar da ceia de Natal. Os policiais da PRF envolvidos alegaram ter ouvido disparos e deduziram que estavam vindo do veículo de Juliana, porém logo perceberam que haviam cometido um grave equívoco. A Corregedoria da PRF está conduzindo a investigação do caso.

O superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, expressou que os agentes foram afastados de suas atividades operacionais e enfatizou a gravidade do ocorrido. Após o incidente, Juliana foi admitida no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde os médicos revelaram que o projétil passou de raspão em sua cabeça, sem atingir regiões vitais.

Os familiares de Juliana Rangel permaneceram à espera de notícias no hospital e comentaram sobre o susto ao receber a informação do ocorrido. Este incidente não é um caso isolado, pois outras vítimas no Rio de Janeiro foram impactadas por erros na abordagem de policiais rodoviários federais. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, reconheceu a necessidade de revisão dos protocolos de abordagem para evitar futuros equívocos.

O antropólogo Robson Rodrigues da Silva, destacou a importância de mudanças na mentalidade e no comportamento das forças policiais para evitar tragédias como essa. Ele ressaltou a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e assertiva, defendendo um diagnóstico detalhado para identificar fatores recorrentes que contribuem para tais incidentes. A PRF se pronunciou sobre o caso, lamentando profundamente o ocorrido e prestando assistência à família de Juliana.

Diante de mais uma situação de erro policial que resultou em danos irreparáveis, é essencial que as autoridades competentes investiguem minuciosamente o caso e garantam que medidas apropriadas sejam tomadas. O clamor por justiça e segurança nas ações policiais é essencial para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro. É fundamental que casos como o de Juliana Rangel sirvam como alerta para a necessidade de revisão constante e aprimoramento das práticas policiais.

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