Região de Piracicaba soma 7 casos e 3 mortes por febre maculosa entre janeiro e novembro de 2024
Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo mostram redução em relação ao mesmo período de 2023. O carrapato-estrela é transmissor de febre maculosa.
As cidades que compõem o Departamento Regional de Saúde 10 (DRS-10), que tem sede em Piracicaba (SP), somam sete casos de febre maculosa, com três mortes registradas entre janeiro e novembro deste ano. O número é menor que o registrado nos dois últimos anos, se considerado o mesmo intervalo.
Os dados são do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo. Segundo o órgão, a febre maculosa é uma infecção febril de gravidade variável, “com elevada taxa de letalidade”. “Entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato estrela é alta (o ciclo de vida do carrapato inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto)”, completou a Vigilância.
Entre janeiro e novembro de 2023, as cidades registraram 12 casos e cinco óbitos pela doença. Já no mesmo período de 2022, foram confirmados 12 casos e sete óbitos por febre maculosa na região.
A doença pode demorar até duas semanas para se manifestar após o contato inicial. Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são: febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória.
O ministério ressalta que, além dos sintomas acima, com a evolução da febre maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
A febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, segundo o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas. No entanto, a transmissão também pode ocorrer por meio de outro carrapato, desde que esteja infectado com uma bactéria chamada de Rickettsia Rickettsii e em uma região endêmica de febre maculosa.
A doença não é contagiosa, o que significa que ela não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.
Segundo o governo estadual, as pessoas que precisarem permanecer em áreas que possam estar infestadas por carrapatos devem usar calças compridas e botas, observar a própria pele regularmente e retirar o mais rápido possível qualquer carrapato que notar, “sem se esquecer de não esmagá-lo com as unhas”. O infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas acrescenta que esta pessoa pode passar um elástico na calça para que o carrapato não entre. “Usar roupa clara porque, se ele começar a subir em você, você identifica rápido. Depois que passou por aquela área, fazer a procura em você. Se tem carrapato, tirar ele logo. Quanto mais rápido tirar, menores são as chances da doença”, completou.