Instituto Tecnológico Vale: Ciência e pesquisa para a conservação da Amazônia

Ciência e pesquisa têm desempenhado um papel fundamental na busca pela conservação do bioma amazônico. Em meio ao desafio de reverter as mudanças que ameaçam o equilíbrio do planeta e da humanidade, a inovação e a sustentabilidade surgem como ferramentas essenciais para garantir o futuro da região. Nesse contexto, o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV DS) se destaca como um importante aliado, promovendo a produção de conhecimento de alto impacto e estratégias para uma transformação socioambiental que valoriza tanto as comunidades locais quanto a preservação da floresta amazônica.

O trabalho desenvolvido pelo ITV DS é pautado por uma abordagem multidisciplinar, que contempla seis áreas prioritárias: geologia ambiental e recursos hídricos, biodiversidade e serviços de ecossistema, genômica ambiental, tecnologia ambiental, socioeconomia e sustentabilidade, e computação aplicada. Por meio dessas frentes de atuação, o Instituto busca avançar a ciência a partir da região amazônica, visando enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e promover a conservação do bioma.

A visão integrada do ITV DS ressalta a importância da interação entre diferentes áreas do conhecimento, como a modelagem de habitats de floresta, os estudos de genômica e a análise socioeconômica das comunidades locais. Essa abordagem holística permite compreender como as espécies e os ecossistemas amazônicos podem responder às transformações do clima, garantindo a sustentabilidade das ações e o equilíbrio ambiental.

Ao longo dos últimos 14 anos, o ITV DS desenvolveu mais de 232 projetos e produziu 1992 publicações, totalizando um investimento significativo na ordem de R$ 890 milhões. Esses estudos têm proporcionado insights valiosos sobre a sucessão de espécies em processos de recuperação de áreas degradadas, as tecnologias para melhorar a germinação de mudas e o monitoramento da saúde do solo, evidenciando o potencial da pesquisa científica para promover o desenvolvimento sustentável.

Um dos destaques do ITV DS é o projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), que visa sequenciar genomas, estudar a diversidade genética e analisar o DNA de espécies da fauna e flora amazônicas. Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e um investimento de US$ 25 milhões até 2027, o GBB tem como objetivo gerar informações relevantes para a conservação, manejo e desenvolvimento econômico da região.

Guilherme Oliveira, diretor científico do ITV DS, destaca que o conhecimento genômico gerado pelos projetos como o GBB pode subsidiar ações de conservação, manejo e uso sustentável dos recursos naturais. Além disso, a análise genética possibilita identificar marcadores que contribuem para o desenvolvimento de cultivares mais resilientes e sustentáveis, fortalecendo a bioeconomia e a preservação da diversidade biológica.

O compromisso do ITV DS não se restringe à produção científica, mas também à disseminação e aplicação prática desses conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. A conexão entre a ciência, a inovação e o empreendedorismo é fundamental para impulsionar soluções sustentáveis e promover o crescimento de novas empresas comprometidas com a conservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades amazônicas.

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Manifestantes do MST bloqueiam Estrada de Ferro Carajás em protesto por reforma agrária

Manifestantes do MST bloqueiam estrada de ferro Carajás, no Pará, e pedem por reforma agrária popular. Além da ferrovia, centenas de manifestantes também bloquearam a estrada das Três Voltas, que dá acesso a fazendas e a outras comunidades da zona rural do município. A manifestação teve início na terça-feira (3) e os trabalhadores rurais do Movimento Sem Terra (MST) estão há dois dias interditando a Estrada de Ferro de Carajás, em Parauapebas, sudeste do Pará.

Com faixas e cartazes, os integrantes buscam chamar a atenção para uma reforma agrária popular, visando a participação ativa das comunidades de 11 cidades do entorno da estrada de ferro Carajás nas decisões acerca do acesso à terra. Segundo os manifestantes, essa participação está sendo negada e eles seguem firmes no bloqueio da ferrovia e da estrada das Três Voltas até que representantes do poder público e da mineradora Vale, que atua na região, se reúnam com a liderança do movimento.

A Polícia Militar (PM) esteve presente no local juntamente com agentes da escolta ambiental, responsáveis pela segurança em áreas de preservação, montando uma barreira próxima ao local do protesto da ferrovia. Motoristas e demais pessoas que precisam passar pelos trechos bloqueados tiveram que retornar devido ao impedimento do tráfego pela estrada. A Vale informou que a interdição da estrada de ferro Carajás afeta diretamente mais de mil passageiros que utilizam o trem no sentido Parauapebas – São Luís, no Maranhão.

Os manifestantes afirmaram que o bloqueio das vias deve se manter até que haja um diálogo com a Vale e as autoridades públicas para discutir as reivindicações do Movimento Sem Terra. O G1 solicitou um posicionamento da Vale sobre as demandas do MST, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria. Vale destacar a importância do apoio a causas sociais e a luta por direitos fundamentais, como o acesso à terra e a oportunidade de participação nas decisões que impactam diretamente as comunidades locais. A mobilização e a manifestação pacífica são ferramentas legítimas de pressão para a promoção de mudanças significativas na sociedade.

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