Evangelos Marinakis: origem da fortuna, polêmicas e interesse em comprar o Vasco

Tudo sobre Marinakis: a origem da fortuna, os clubes e as polêmicas do grego que
quer comprar o Vasco

Um dos quatro interessados na SAF vascaína, dono do Olympiacos fez dinheiro no
setor marítimo e acumula polêmicas ao longo de sua trajetória

Interesse de Marinakis: “Me preocupa ele ter soltado o nome do Vasco do nada”

Até o início do mês passado, poucos torcedores do Vasco DE sabiam quem era Evangelos
Marinakis, magnata grego que movimentou o noticiário do clube nos últimos dias.
O nome dele foi ligado à SAF vascaína na primeira semana de novembro, e o
bilionário confirmou à imprensa inglesa que está negociando a compra do time
carioca

Marinakis e mais três: Vasco conversa com interessados na compra da SAF

A informação mexeu com os ânimos do torcedor vascaíno, que vive a expectativa de
ver a SAF vendida para um investidor no futuro próximo. Dado o que ocorreu com a
777 Partners, empresa afastada do Vasco por problemas judiciais e financeiros, o
clube tem cautela na negociação.

O contato com Marinakis se deu através de intermediários, mas, por enquanto, o
clube não vê avanços no cenário e recebeu com surpresa a manifestação do grego
em entrevista. Há conversas com outros três grupos – um italiano, um árabe e um
norte-americano, todos eles com representantes no Brasil – que estão em estágio
mais avançado.

Quem é o grego que diz que quer comprar o Vasco? De onde vem a fortuna dele?
Qual é a ligação de Marinakis com o futebol? Quanto ele investiu nos três clubes
dos quais é dono?

NEGÓCIOS MARÍTIMOS E INFLUÊNCIA NA GRÉCIA

Evangelos Marinakis, de 57 anos, vive em Pireu e é muito influente na cidade
vizinha a Atenas, capital da Grécia. O município comporta o principal porto do
país e, por isso, é um local estratégico para os negócios do investidor
interessado no Vasco. A fortuna de Marinakis é estimada em mais de R$ 20 bilhões. Ele é dono da
Capital Maritime Group, que tem empresas privadas de transporte marítimo e uma
participação de 56% na Capital Product Partners. O grego conta com uma frota de
mais de 100 navios. No ano passado, ele gastou R$ 690 milhões na compra de um
dos maiores navios do mundo. O magnata da navegação também é dono do Alter Ego Media, grupo de mídia grego
que tem dois dos maiores jornais do país e o segundo maior canal de TV. Em 2014,
Marinakis conquistou um assento no conselho municipal de Pireu. João Almirante projeta 2025 difícil para o Vasco: “Torcendo pro Marinakis
comprar”

PAIXÃO PELO FUTEBOL

O empresário herdou do pai não só a fortuna e os negócios marítimos, como também
o amor pelo futebol. Miltiadis Marinakis comprou uma participação no Olympiacos
e levava o filho para acompanhar o dia a dia do clube ainda na década de 1970.
Neste ano, após o time grego conquistar o título da Europa Conference League em
maio, Evangelos levou o troféu ao túmulo do pai. Agora dono de 86% do Olympiacos, Marinakis é ativo no dia a dia do clube, com
contato direto com os jogadores e presença frequente nos jogos. Ele tem o escudo
do time tatuado no braço esquerdo.

A admiração do grego pelo Nottingham Forest começou quando ele foi estudar na
Inglaterra, no início dos anos 1980, período em que, segundo ele, Forest e
Liverpool foram dominantes no país. Em comum, tinham a cor vermelha, a mesma do
Olympiacos. Além do futebol, Marinakis investe e apoia 17 esportes em Pireu e em outros
locais, incluindo vôlei, polo aquático, vela, boxe, atletismo e taekwondo. No
Nottingham Forest, ele profissionalizou a equipe de futebol feminino, que manda
seus jogos no City Ground, o estádio do time principal.

INVESTIMENTO NOS CLUBES

Olympiacos – Grécia Durante a gestão de Marinakis, que começou em 2010, o
Olympiacos se tornou o clube mais vitorioso da Grécia. Ele investiu mais de 100
milhões de euros para cobrir dívidas e melhorar as instalações de treino da
equipe, que foi campeã em 10 das 12 primeiras temporadas sob o comando do
magnata. Nos últimos dois anos, no entanto, o clube amargou duas vezes o terceiro lugar e
ficou sem vaga na Liga dos Campeões. Ele é conhecido pela impaciência com os
técnicos e trocou o treinador do Olympiacos 16 vezes em 14 anos.

Nottingham Forest – Inglaterra De acordo com o site “The Athletic”, o magnata da navegação investiu 162 milhões
de euros (R$ 1 bilhão na cotação atual) no Nottingham Forest desde 2017 – R$ 318
milhões foram gastos na compra de 80% das ações do clube inglês. Depois de 23
temporadas fora da primeira divisão inglesa, o time voltou à Premier League em
2022. O Forest é atualmente o sexto colocado na competição, passadas 13 rodadas
da temporada 2024/2025.

Em outubro, o clube divulgou um vídeo mostrando como ficou o centro de
treinamento após o investimento milionário em reformas bancado pelo empresário.
Rio Ave – Portugal O último movimento do empresário no futebol foi a aquisição de 80% do Rio Ave,
de Portugal, em 2023. Em novembro do ano passado, Marinakis investiu 20,5
milhões de euros (R$ 108 milhões na cotação da época). O magnata quer agora expandir suas atividades no futebol e, por isso, contratou
o executivo brasileiro Edu Gaspar, que fazia trabalho bem avaliado no Arsenal e
acabou seduzido pela proposta do grego. A primeira missão é tentar adquirir um
clube no Brasil, e o Vasco aparece como grande oportunidade.

GOSTO PELA ARTE

Em Pireu, onde suas empresas estão sediadas, Marinakis costuma usar o tempo
livre se dedicando a pinturas a óleo. Ele tem sua própria galeria de arte no
térreo de seus escritórios, repleta de obras de arte modernas originais,
misturadas com as que ele mesmo criou. Marinakis escreveu a letra de “Excitement”, uma música da estrela pop grega
Natasa Theodoridou lançada em 2021.

PROJETOS SOCIAIS

O bilionário é conhecido também por seu envolvimento em causas sociais. Ele
comprou equipamentos voltados para o tratamento da Covid durante a pandemia e
costuma apoiar instituições dedicadas ao combate ao câncer, além de outras
ações, como doação de refeições para refugiados que chegam à Grécia vindos do
Oriente Médio e construção de prédios para escolas que sofreram com terremotos.
Marinakis tem o hábito de usar seus clubes para estas causas.

O Nottingham Forest divulgou nesta segunda-feira, por exemplo, o lançamento de
“uma campanha comunitária e de caridade liderada pelo proprietário do clube,
Evangelos Marinakis”. A proposta é unir “os proprietários, jogadores,
funcionários e torcedores do clube com a comunidade em geral através de uma
série de eventos e atividades destinadas a apoiar os membros mais vulneráveis da
sociedade”. Através do Olympiacos, ele financia ações educativas, apoia museu dedicado ao
escritor grego Nikos Kazantzakis e um projeto da Universidade de Harvard. Em
2022, o empresário encaminhou as receitas de um jogo do clube à prestação de
ajuda humanitária às pessoas afetadas pela guerra na Ucrânia.

FIGURA POLÊMICA

A trajetória de Evangelos Marinakis é também marcada por polêmicas. Em 2018, o
milionário foi acusado de tráfico de 2,1 toneladas de heroína em uma
investigação que durava desde 2014 – a mercadoria teria sido interceptada no
porto de Pireu. Ele foi absolvido neste processo e em outros dois: um esquema de
manipulação de resultados de apostas esportivas e tentativa de corrupção de
árbitros no futebol grego.

O possível comprador da SAF do Vasco é também conhecido pelos exageros nos jogos
de futebol, nos quais costuma se expressar sem filtros e faz duras críticas
principalmente à arbitragem. Neste ano, o bilionário foi suspenso por cinco
jogos após tentar cuspir em um árbitro durante a partida do Nottingham Forest
contra o Fulham, pela Premier League.

Neste momento, ele está processando a presidente do clube grego Aris FC, Irini
Karipidis, por uma alegada campanha de difamação online acusando-o de
manipulação de resultados e outras práticas. Ela também questionou a
legitimidade do acesso do Nottingham Forest à Premier League. Marinakis nega
veementemente essas acusações e se defende na Justiça.

Marinakis ainda foi convocado pela justiça grega para responder às acusações de
apoiar o grupo de torcedores “Gate 7”, do Olympiacos, apontado com uma
“organização criminosa”. Eles apuram se o grupo, acusado de matar um policial no
ano passado, teria sido “secretamente dirigido por membros da administração ou
executivos” do clube grego. Marinakis e os conselheiros investigados negam
envolvimento com o Gate 7.

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Desgaste e erros: a saída de Léo do Vasco para o Athletico-PR

Do capitão ao adeus: como os erros e o desgaste com a torcida abalaram a relação de Léo com o Vasco

De malas prontas para o Athletico, zagueiro não via mais clima para continuar no clube pelo qual inicialmente sentiu forte identificação e teve seu pedido para sair atendido pela diretoria

Vasco acerta venda do zagueiro Léo ao Athletico-PR

Uma das primeiras contratações da era SAF do Vasco, Léo chegou ao clube com planos para ficar por muito tempo. O zagueiro, no início, sempre procurou destacar a rapidez com a qual se identificou com a equipe. “Jogar no Vasco é representar um clube que me representa”, disse em abril deste ano ao The Players Tribune.

Corta para o final da temporada. Encerrado o Brasileirão, o zagueiro procurou a direção e pediu para ser negociado. O desgaste com a torcida foi o principal motivo. Léo reconhece que cometeu falhas e que oscilou em algumas atuações, mas ele e as pessoas que o cercam acreditam que as críticas são fora do tom. O jogador se sente perseguido e injustiçado. Por esse motivo, por achar que não há jeito para reparar essa relação, ele não queria continuar.

A diretoria atendeu o pedido. Nesta quinta-feira, Vasco e Athletico chegaram a um acordo pela transferência de Léo. O Furacão vai pagar US$ 2 milhões (cerca de R$ 12,3 milhões na cotação atual). O valor é US$ 1 milhão a menos do que foi investido pelo clube carioca dois anos atrás, mas a diretoria acredita que, na medida do possível, conseguiu fazer um bom negócio. O zagueiro tinha apenas mais um ano de contrato, o que significa que a partir de junho poderia acertar com qualquer clube para sair de graça em dezembro.

Pelas reações nas redes sociais, houve um ou outro torcedor que lamentou a saída de Léo por acreditar que ele ainda poderia ser útil, mas é praticamente unânime a conclusão de que essa foi a melhor saída para todos os lados. Mas como a relação que começou com carinho recíproco se deteriorou em dois anos? Como o jogador que foi capitão e que possui enorme respeito de companheiros e funcionários de clube vai embora com a imagem desgastada?

Depois de quatro temporadas e mais de 160 jogos com a camisa do São Paulo, Léo foi contratado pelo Vasco no fim de 2022. Na sua apresentação oficial, no dia 4 de janeiro de 2023, o zagueiro foi só sorrisos na sala de imprensa. “Quando me ligaram, fiquei muito contente com o convite. Eu quero estar aqui, já parece que estou aqui há bastante tempo. Me receberam bem, estou feliz demais”, disse.

Nêne era o capitão da equipe naquele momento, mas, diante da chegada de tantos reforços, o experiente meia foi para o banco na virada do ano. Maurício Barbieri, então, entregou a braçadeira para Léo, que em pouco tempo mostrou perfil de liderança e se identificou com o clube. As primeiras atuações foram animadoras – em fevereiro, na goleada por 5 a 0 sobre o Resende, ele voltou a marcar um gol depois de seis anos.

No início da temporada, uma atitude em específico fez Léo cair nas graças do torcedor: com o consentimento de outros líderes do elenco, ele se reuniu com o então diretor-esportivo Paulo Bracks e pediu para que as premiações fossem distribuídas com todos os funcionários do CT. Alguns diziam, orgulhosos, que o zagueiro tinha a cara do Vasco.

Aos 31 min do 1º tempo – gol de fora da área de Fellipe Mateus do Criciúma contra o Vasco

Léo também ficou marcado por lances como a falha no gol de Bustos, do Internacional, no Beira-Rio; no primeiro gol do Criciúma, no empate em 2 a 2 no Heriberto Hülse; no gol de Jhon Jhon, do Brag…

Com a confiança abalada, Léo nitidamente passou a arriscar menos conduções e acelerações nas saídas de bola. Essa sempre foi sua principal característica e motivo pelo qual o zagueiro desperta admiração. Em menos momentos em …

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