Extorsão milionária: Prima de ex-mulher de jogador ameaça Luiz Henrique

‘R$ 20 mil na minha conta amanhã’: veja ameaças em tentativa de extorsão ao jogador Luiz Henrique

Prima da ex-mulher do jogador foi presa após ameaças de expor vídeos íntimos dele antes da final da Libertadores. Polícia investiga participação de outras pessoas.

Mensagens de extorsão contra o jogador Luiz Henrique — Foto: Reprodução
O DE teve acesso à troca de mensagens entre o jogador Luiz Henrique, do Botafogo e da seleção brasileira, e uma pessoa que o ameaça para ganhar dinheiro.

Pelo WhatsApp, o criminoso chega a passar o PIX para que o atleta faça o depósito em troca da não exposição de imagens e mensagens íntimas.

Raissa Cândida da Rocha foi presa em flagrante por tentar extorquir dinheiro do jogador, um dos heróis da conquista da Libertadores no último sábado. Ela é prima de Ana Carolina Andrade, ex-mulher do atacante, e de quem ele se separou recentemente.

Mulher é presa ao tentar extorquir R$ 20 mil de Luiz Henrique para não divulgar vídeos íntimos na véspera da final da Libertadores

Em mensagens de WhatsApp, ela pede R$ 20 mil e, com a demora, passa a fazer as ameaças.

“Manda o comprovante. Não demora pra fazer jogador”, escreve. Com a demora em responder, chega a ligar para Luiz Henrique e insiste: “Desistiu?”

O jogador chega a responder: “Estou no treino. Já faço aí”.

Com a ausência da transferência, as mensagens vão ficando mais ameaçadoras.

> “Ok jogador, não posso esperar mais não. Pessoal tá me cobrando aqui (…) Você tá pagando mesmo para ver. Tá gostando de sair na mídia (…) Eu não tenho nada a perder. Quem tem é você. Faz tua história de forma positiva. As coisas que eu tenho aqui de você só vai fazer você virar mais chacota ainda. Dito isso, os 20 mil na minha conta até amanhã até às 9h (SIC) ou você terá suas intimidades reveladas”

INVESTIGAÇÃO CONTINUA

Raissa Cândida da Rocha foi indiciada pelo crime de extorsão. Segundo a polícia, Raissa confessou o crime ao ser presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça na audiência de custódia.

De acordo com a polícia, a denúncia foi feita pela SAF do Botafogo no fim de setembro, e a Delegacia Antissequestro (DAS) iniciou as investigações.

O crime começou às vésperas do jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro, quando um homem fez as mesmas ameaças e chegou a pedir R$ 40 mil.

As mensagens foram enviadas de um aparelho que, supostamente, pertencia ao ex-empresário do atleta Johnny Max, que chegou a prestar depoimento, negou as acusações e foi liberado. No inquérito, ele segue investigado. Em nota, o empresário alega inocência e diz que já prestou esclarecimentos.

Luiz Henrique comemora gol na final da Libertadores — Foto: André Moreira/Zimel Press/Estadão Conteúdo

No fim da manhã da última quinta-feira (29), quando Luiz Henrique estava na concentração para o jogo final da Libertadores, em Buenos Aires, o atleta voltou a receber ameaças.

As mensagens diziam que, se não fizesse um PIX de R$ 20 mil, as imagens e outras mensagens seriam colocadas nas redes sociais. Luiz Henrique respondeu e chegou a pedir um tempo, já que estava treinando.

> “As tentativas de extorsão aconteciam antes de jogos decisivos, com o jogador concentrado, num momento psicológico importante. Então, havia um claro interesse em desestabilizar o atleta”, diz o delegado Carlos Eduardo Rangel.

Quando o jogador comunicou as novas tentativas de extorsão à direção da SAF, a Polícia Civil foi acionada novamente. Os agentes da DAS, então, orientaram o Botafogo a tirar o celular do atleta, para que ele não continuasse respondendo às chantagens, e aceleraram a investigação, descobrindo o usuário do telefone. Era um amigo da família da ex-mulher do jogador.

* O que fazer se publicarem seus nudes: DE te ensina a juntar provas e a denunciar o crime

Teve um nude vazado? Prática é crime; saiba como denunciar

Ao prestar depoimento na condição de testemunha, o homem explicou que uma parente havia pedido o número de sua conta, alegando que um dinheiro seria depositado por Luiz Henrique.

Na sexta de manhã (29), uma ação foi desencadeada para prender Raíssa Cândida da Costa, de 26 anos, que acabou capturada em flagrante em sua casa, em Duque de Caxias.

As investigações seguem em sigilo absoluto para identificação e prisão dos demais suspeitos envolvidos na organização criminosa.

O QUE DIZEM OS CITADOS

Veja a nota do empresário Johnny Max:

“Em atenção às matérias divulgadas pelo grupo Globo hoje, esclarece-se que a prisão realizada pela delegacia anti-sequestro – DAS, no dia 29 de novembro do ano corrente, não tem qualquer relação com o empresario do jogador Luiz Henrique.

Em setembro de 2024, a SAF Botafogo noticiou a delegacia anti-sequestro – DAS, que o jogador Luiz Henrique estaria sofrendo extorsão por parte de pessoas mal intencionadas. De forma equivoca, a SAF informou a delegacia que os áudios, solicitando valores indevidos em troca de não divulgar informações e fotos intimas do jogador, teria sido enviado do aparelho celular do Ex empresário.

A acusação foi rechaçada no momento em que JOHNNY MAX TEIXEIRA compareceu à delegacia anti-sequestro – DAS, disponibilizando todas as informações solicitadas pela autoridade policial, demonstrando sua inocência nos fatos apurados.

Acrescenta-se que, de imediato ao comparecimento em delegacia, o delegado responsável pelo caso descartou qualquer envolvimento do ex-empresário do jogador, nos fatos apurados.”

DE tenta contato com os outros citados na reportagem.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp