Aluno de Bauru vence etapa regional do Prêmio DE na Escola com desenho premiado

Aluno vencedor de concurso do MPT uniu paixão pelo futebol e obstáculos para
alcançar sonhos em desenho premiado: ‘Não podemos desistir’

Concurso desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho premia produções de
alunos sobre o combate ao trabalho infantil. Estudante de escola municipal de
Bauru (SP) foi vencedor na categoria desenho da etapa regional e, agora, disputa
a etapa nacional.

Aluno de escola municipal de Bauru vence etapa regional do Prêmio DE na Escola

Uma bola no pé é brincadeira para muitas crianças, mas também o sonho de futuro
profissional para tantas outras, como o estudante Ricardo Miranda Leite, de 11
anos, que está no quinto ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Bauru (SP).

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O menino uniu a paixão pelo futebol e a dificuldade que as crianças enfrentam
para realizar seus sonhos em um desenho que foi o vencedor da etapa regional do
concurso DE na Escola, iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) que premia produções de
estudantes sobre temas relacionados ao trabalho.

“Eu gosto muito de jogar bola. Então, o que eu pensei? Que poderia fazer o meu
desenho como se fosse a criança que tem um sonho de ser jogadora de futebol, só
que as pessoas não deixam ela seguir o sonho dela, acham que futebol não é
profissão, que não vai dar certo, não vai dar dinheiro.”

> “Queria passar que, mesmo se você está em uma parte difícil da sua vida, não
> podemos desistir do sonho, temos que continuar nele, porque um dia você vai
> chegar”, conta Ricardo, em entrevista ao DE.

O prêmio mobilizou estudantes de dez municípios do interior paulista,
incentivando a produção cultural em escolas públicas.

Os participantes concorreram em quatro categorias – conto, desenho, música e
poesia – divididas em dois grupos, sendo o primeiro para alunos do 4º e 5º anos,
com foco no combate ao trabalho infantil, e o segundo para estudantes do 6º e 7º
anos, voltado à aprendizagem profissional.

Dentro da temática do combate ao trabalho infantil, o desenho de Ricardo, que
recebeu o nome de “Os Invisíveis”, ilustra a dificuldade que muitas crianças
enfrentam para seguir seus sonhos (no caso, ser jogador de futebol) em situações
de vulnerabilidade social (veja abaixo).

Antes de chegar à etapa regional, o trabalho de Ricardo foi selecionado na etapa
local, na qual concorreu com produções de outras escolas do município de Bauru. O desenho se destacou e,
por fim, foi o vencedor da categoria na etapa regional e, agora, Ricardo vai
representar a cidade na etapa nacional.

Durante o processo de criação do desenho, Ricardo e outros alunos da Escola
Municipal de Ensino Fundamental (Emef) “Thereza Tarzia” foram orientados pela
professora e arte-educadora Daniela Cristina Derêncio, com apoio da coordenadora
da escola, Natália Cristiane Valle; e da coordenadora da Área de Arte, Raisa
Ariane Bonani.

Daniela explica, em entrevista ao DE, que trabalhou a temática nas salas de aula do quarto e quinto anos por meio de
cartilhas disponibilizadas pelo projeto do MPT e incentivou os alunos a
participarem do concurso.

“Essa iniciativa do DE de proporcionar, de oportunizar nossas escolas e
crianças a trabalhar com essa temática, a sonhar, a criar, mostrar ali o que
está na cabecinha delas, com criatividade, é de extrema importância”, destaca.

Sobre a premiação para o desenho do seu aluno, orgulhosa, Daniela reforça a
importância do reconhecimento.

“Eu acho que eles deram uma visibilidade muito grande para o nosso aluno, para a
nossa escola, para o nosso município. O Ricardo está muito feliz com tudo isso.
Eu, como arte-educadora, também estou muito feliz, porque a gente sempre está
ali falando para as crianças e, quando eles veem que tem alguém do meio deles
que chegou lá, é muito bom, porque é algo mais palpável. É o nosso amigo, que
está aqui na sala de aula, e ele conseguiu. Todos se sentem representados.”

A professora e arte-educadora destacou, ainda, a questão da representatividade
entre todos os estudantes.

> “Pegar em primeiro lugar na etapa regional foi muito especial para nós na
> escola. Até porque ele é um menino cheio de sonhos, um menino que a família
> apoia muito. Eu falei para ele que ele está representando todos os meninos e
> meninas da idade dele, que têm tantos sonhos.”

O Prêmio DE na Escola busca conscientizar crianças e adolescentes sobre
questões cruciais, como o combate ao trabalho infantil e a valorização da
aprendizagem profissional, ao mesmo tempo em que incentiva a produção artística
e literária.

Além de destacar o talento dos alunos, a iniciativa reconhece o esforço de
educadores que atuam na prevenção dos direitos de crianças e adolescentes,
integrando a arte e a cidadania ao ambiente escolar. Mais informações sobre o
concurso podem ser conferidas no site do MPT.

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Disputa na Câmara de São Paulo: Bancada Evangélica x Emendas do PSOL. Polêmica envolvendo LGBT, quilombolas e umbanda gera críticas e denúncias.

A disputa na Câmara Municipal de São Paulo está acalorada. Recentemente, a Bancada Evangélica ameaçou não votar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) da cidade devido a termos identitários presentes nas emendas das vereadoras Luana Alves e Elaine do Quilombo Periférico, ambas do PSOL. Os vereadores destacaram palavras como “LGBT”, “ONG pró-aborto” e “umbanda”, o que gerou discordância e recusa por parte dos parlamentares evangélicos. A situação chamou atenção da sociedade e do Ministério Público.

As emendas propostas pelas vereadoras visavam destinar parte dos recursos para projetos voltados à comunidade LGBT, como formação audiovisual, acolhimento e capacitação para famílias, além de trabalhos educacionais e culturais em africanidades. No entanto, os termos utilizados foram substituídos por palavras genéricas pelo relator do projeto. A vereadora Luana Alves entrou com representação no Ministério Público denunciando racismo, homotransfobia e associação criminosa.

O vereador Fernando Holiday, do PL, foi enfático ao justificar a recusa das emendas, destacando a importância de barrar propostas que considerou preconceituosas e extremistas. Segundo seus argumentos, mais de 10 emendas foram vetadas por serem consideradas inaceitáveis. A postura dos vereadores evangélicos gerou críticas por parte da vereadora Luana Alves, que classificou a atitude como uma “baixaria” e ressaltou a importância da independência política no processo de aprovação das emendas.

É válido ressaltar que as emendas são direitos dos vereadores e representam uma cota parlamentar para projetos de interesse público, culturais e esportivos. No entanto, a interferência na destinação dos recursos tem gerado polêmica e contestações. Projetos destinados à população LGBT e antirracistas foram alvo de questionamento, o que levantou o debate sobre a liberdade de destinar recursos para causas importantes e socialmente relevantes.

Diante desse cenário, é fundamental analisar o embate entre os vereadores da Bancada Evangélica e as vereadoras do PSOL, destacando a importância do diálogo e do respeito às diversidades. O episódio coloca em evidência a necessidade de garantir a imparcialidade e a democracia no processo legislativo municipal, assegurando que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas. O desfecho desse impasse terá reflexos significativos no cenário político da cidade de São Paulo e no fortalecimento da representatividade das minorias.

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