Irregularidades em exames psicológicos de presos do PCC: relatório revela cópias e falta de individualização

Relatório revela cópias em exames psicológicos de presos do PCC

Foi identificado que os profissionais responsáveis por elaborar laudos psicológicos frequentemente se baseiam em modelos padronizados. Inspeções realizadas pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) em unidades prisionais de São Paulo apontaram graves irregularidades nos exames criminológicos.

Esses documentos são fundamentais para decisões relacionadas a progressões de regime e outras medidas no sistema penal, porém apresentaram inconsistências, falta de individualização e, em alguns casos, práticas que violam os direitos das pessoas privadas de liberdade.

Durante a inspeção na Penitenciária Venceslau II, local que abriga um grande número de presos do Primeiro Comando da Capital (DE), foram encontradas condições que prejudicam a integridade e a qualidade dos atendimentos psicossociais. As celas destinadas a presos submetidos a medidas disciplinares apresentavam condições insalubres, afetando diretamente os relatórios sobre saúde mental.

“A equipe de inspeção observou que as celas possuíam paredes sujas, infiltrações e mofo, com problemas estruturais que prejudicam a saúde mental dos presos, agravando o quadro psicológico já fragilizado pela privação de liberdade”, afirmou o relatório.

Adicionalmente, foi constatado que os profissionais responsáveis por elaborar laudos psicológicos frequentemente baseiam seus relatórios em modelos padronizados ou genéricos, sem considerar as particularidades de cada caso. De acordo com o MNPCT, na amostragem de um mês, dos 108 exames criminológicos realizados, todos foram desfavoráveis.

Os exames criminológicos desempenham um papel crucial em decisões judiciais, como progressão de regime e concessão de benefícios. A falta de avaliações individuais confiáveis compromete a justiça dos processos e pode resultar em medidas inadequadas, seja prolongando indevidamente a prisão ou liberando presos sem apoio adequado para reintegração.

“A ausência de individualização e a padronização dos relatórios psicossociais violam o direito a uma avaliação justa e comprometem a avaliação sobre a periculosidade ou ressocialização dos indivíduos, prejudicando suas chances de reintegração”, destacou o estudo.

Consultado pela coluna, o advogado criminalista Bruno Ferullo mencionou que “a prática de reiterar pareceres contrários, independentemente das evidências positivas apresentadas, caracteriza não apenas uma violação dos direitos dos reeducandos, mas também uma estratégia de prolongamento do encarceramento”.

“Muitos sentenciados acabam impedidos de acessar os benefícios legais que facilitariam sua reintegração social”, acrescentou Ferullo. O advogado criminalista José Albino ressaltou que, após análise minuciosa, é possível constatar que, independentemente do preso que realiza o exame, os argumentos e conclusões tendem a ser sempre os mesmos.

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Round 6: Segunda temporada amplia conflitos e humaniza os vilões em jogos sádicos

Round 6: segunda temporada amplia conflitos e humaniza os vilões

Com diversos recordes batidos, Round 6 volta para a segunda temporada com o
humor ácido e com os jogos sádicos da primeira

A espera acabou! A segunda temporada de Round 6 chegou ao catálogo da Netflix. Dirigida e escrita por Hwang Dong-hyuk, a produção chega credenciada pelos números como um dos grandes lançamentos do streaming para o ano.

Na nova leva de episódios, o protagonista Gi-Hun, ou jogador 456, (Lee Jung-jae) desiste de viajar aos Estados Unidos e volta à Seul, na Coréia do Sul, para descobrir quem está por trás dos jogos e acabar com o sádico esquema dos ricos. Entretanto, algo sai errado e ele se vê tendo que encarar as disputas novamente.

Lee Jung-jae volta à trama, mas agora com um comportamento bastante diferente. Se na primeira temporada ele estava assustado e com medo por conta dos jogos, agora ele volta mais confiante para as disputas. Lee foi forçado a alterar a personalidade de Gi-Hun, que surge como “herói”, e alterna entre os lados fortes e frágeis do protagonista.

Como muitos personagens morreram, o diretor Hwang Dong-hyuk optou por explorar personagens que ficaram vivos, como Gong Yoo, o recrutador; o policial Jun-ho, que leva um tiro nos capítulos finais; e o líder (front man), “responsável pelos jogos”.

Apesar aparecerem pouco na primeira temporada, o trio assume protagonismo e surgem em momentos-chave para a produção. O Líder, por exemplo, é responsável por manipular o jogo e dá aquele ar de “indignação”. Tom Choi, responsável pela interpretação, passa um ar muito confiante, assustador e que, em certos momentos, acalma com a voz mansa.

Além das já conhecidas figuras, muitas outras surgem, e é evidente que o diretor e roteirista optou por colocar pessoas mais jovens e com personalidades bastante diferentes. E é interessante ver cada uma performando “em seu mundo” e como colaboram para o todo. Tem o rapper “famoso”, a menina popular, o queridinho da mamãe, os maus-caracteres, entre outros e traz um ar de comédia em muitos momentos.

JOGOS SÁDICOS E CONFLITOS

As mortes e a plasticidade, que são a alma de Round 6, entretanto, continuam presentes e até seguem um roteiro semelhante à primeira temporada. O primeiro jogo, por exemplo, conta com a mesma sequência: o Batatinha Frita 1, 2, 3 começa, a primeira pessoa morre e o caos toma conta, com diversos tiros sendo disparados.

É here que Lee Jung-jae passa de um simples jogador à herói da produção e é visto com outros olhos pelos demais participantes. Ele se junta a novos personagens para ganhar os jogos e conta, assim como na temporada 1, com um conhecido.

Se você é fã da série, vai lembrar que na primeira temporada há uma votação que encerra com o jogo, mas volta posteriormente por conta da vontade dos participantes. Agora, essa votação acontece após as dinâmicas, como algo obrigatório, e eleva, ainda mais, os conflitos.

Essa é uma proposta muito clara do diretor de fazer um paralelo à nossa sociedade. Como a polarização política acontece no mundo todo, e no Brasil não foi diferente, Hwang buscou o alcance de Round 6 para fazer uma crítica social.

De acordo com ele, os discursos de ódio estão cada vez mais acalorados e são motivados por diversos assuntos, como por questões religiosas, ideológicas, históricas, raciais ou de gênero, entre muitas outras. Por conta da votação, os participantes são divididos em duas equipes, X e O, e isso gera muita confusão no lobby.

Uma grande diferença desta temporada é que a série buscou humanizar os atiradores e aqueles que estão do lado do sádico evento. A nova leva de episódios mostra o rosto dos assassinos e como os conflitos morais alcançam, também, as pessoas que participam da organização. Uma sniper, inclusive, é bastante mostrada e atua como uma coadjuvante na produção.

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